quinta-feira, 21 de maio de 2015

DESCARINHO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Ia sempre sondar se estavas bem,
como foram as horas dos teus dias,
se ninguém te feriu nem com palavras
ou descuidos de alguma natureza...
Era bom esquiar no teu semblante,
passear na ilusão de que me vias,
ler na folha do instante o meu poema;
meu diário das gotas do teu ser...
Pouco a pouco senti a solidão
do carinho, dos olhos, das palavras, 
do meu chão e dos passos de costume...
Recolhi estes pés que me levavam
ao encontro contínuo do deserto;
cada dia mais perto da distância...

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