terça-feira, 7 de julho de 2015

TEMPO DE SER GENTE

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Faz tempo que decidi não ser uma pessoa sem tempo. Não ao ponto extremo de silenciar ou responder com monossílabos à manifestação de um amigo feliz, preocupado, triste ou solidário que me aborda, pessoalmente ou por instrumento remoto. Especialmente quando esse amigo tem consciência - e demonstra - de que provavelmente o meu tempo é curto, ainda que não seja.
Mesmo com tantos afazeres, tenho tempo de não ser esquivo; de querer saber do que se trata; de não expor meu clássico e delicado "chega pra lá" em  quem faço pensar que me é querido. Hoje quero manter quem me quer bem; quem me admira sinceramente e faz questão de uma palavra, um olhar... uma breve atenção - sem tensão -, porque isso é algo raro nos dias de hoje.
Tenho tempo de não julgar que um amigo é um chato; que um admirador não tem noção; que a demonstração de alegria de quem me aborda é algo incômodo a depender da hora, circunstância ou lugar. Desde que passei a ter tempo e medir a importância dessas pessoas em minha vida, me tornei feliz... como julgava ser, no meu falso trono de pessoa sem tempo para ser pessoa.

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