terça-feira, 25 de abril de 2017

COBRA FERIDA


Demétrio Sena, Magé - RJ.


Que me falte o meu dedo indicador,
quando eu der de apontar defeito alheio;
ser pastor de um rebanho imaginário;
rédea, freio, cabresto e corretivo...
Sou as manchas que mostro em verso e prosa,
tenho as falhas compostas por meus dedos,
onde a rosa desperta sou espinho,
teço enredos que visam me salvar...
Só não venha querer me descompor
nem expor meu veneno; armar meu bote;
se não vai me matar, também não fira...
Quando pago pra ver exijo entrega,
quem me prega na cruz tem que saber
que minh´alma devolve cravo a cravo...

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