segunda-feira, 16 de outubro de 2017

MORTOGRAFIA

Demétrio Sena, Magé - RJ.



Jamais entendi alemães, anões e mãos. Muito menos axé; táxi; praxe; guache. Sempre fui cismado com ducha e puxa... puxa vida! Como se não bastasse, ainda tem a linguiça, que enguiça no trema imaginário. 
Meu exame se perde no vexame. Ao mesmo tempo, a pança cansa a cabeça tão confusa. Perco o osso no poço, envolvo o troço no posso e caço o passo nessa confusão. Transa cansa o porquê, que não convence, tanto quanto a bossa coça o queixo, intrigada.
Azar da asa, que não tem z. O mesmo z com que ainda seria a asa, ou aza que o azar não teria... neste caso, azar do azar, cujo s não o livraria da sina. Da mesma forma, inchada ou não, a enxada será sempre a enxada e não adianta nem discutir o x dessa questão.
Quanto ao prazo do caso, nem se discute. O lixo é fixo e pronto; nada o define. Pode-se afirmar o mesmo da onça, que é sonsa e nem liga para o detalhe que não poderia mesmo explicar.
Já não presto atenção na tensão. Na intenção e na pensão. Vou na raça, isso passa, essa peça também não encaixa, mas tudo bem. A ortografia não é mais virgem. Perdeu bastante o hífen.Violaram muito do seu acento. Ela não assenta nem acentua como antes...
Chega o tempo em que a escrita emperra. Não tem regra; só adivinhação. Talvez intuição. Escreve melhor quem adivinha ou intui o maior número possível de palavras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário