domingo, 23 de fevereiro de 2014

HOMEM DE VIDRO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Sou de ser o que sou, assumir o meu ser,
ou estar quem estou; me deixar diluir,
para ir e voltar de um extremo pra outro
e fluir na meada; no fio; na rota...
Sempre fui de mostrar a fachada e o avesso,
mas pareço esconder, pelo tanto que mostro;
pelo quanto é difícil dar crédito ao vidro
que revela de graça o seu puro teor...
Minha dor é retrato na parece nua,
meu amor é a rua; parquinho; coreto;
é folheto que as mãos nunca levam aos olhos...
Ser assim me transforma em promoção vulgar;
tão vulgar que me faz transparente mistério;
um lugar-tão-comum, que bem poucos conhecem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário