segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

DOR DE CABEÇA D´ÁGUA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Muitos ficam perdidos no coração do tempo que perderam. Presos na palma da mão do destino que julgam ter na mão. Não admitem, gritam vantagens, mas os dentes de alho da boca da noite mordem suas línguas de fogo e as apagam na própria saliva.
Quem vai além da própria ilusão perde as asas do vento. Por isso não escapa do olho do furacão e já não tem habilidade para montar na costa do sol. Gasta  inteiramente seus dedos de prosa e só consegue acumular dores de cabeça dágua.
Um dia todos nós olhamos face a face da terra, quanta vida jogamos fora regando a planta do pé ou tomando banho de carne de sol. Sorte nossa, quando não é tarde demais. Quando constatamos que a unha de fome do mundo ainda não devorou as esperanças.

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