sábado, 19 de novembro de 2016

MEDO DO ADEUS


Demétrio Sena, Magé - RJ.



Não te arranques de mim; será feito extração
dos meus dentes, os cílios, até meu tendão,
minhas unhas, os olhos, pentelho a pentelho,
e tirar o narciso da frente do espelho...
Se te arrancas de mim, perderei a noção
da verdade, o caminho, qualquer direção,
será como assaltar meu juízo já pouco,
me levando à loucura sem deixar ser louco...
Eu te peço, não partas, não me partas tanto,
que serei feito céu que não tem nem um santo,
um inferno vazio, sem fogo e demônio...
Meu apelo é de corpo, de alma e neurônios,
não te arranques de mim; vai doer no meu chão,
feito braço amputado pelo tubarão...

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