domingo, 21 de julho de 2019

DELÍRIO TERMINAL


Demétrio Sena, Magé - RJ.

Estou a ver

meu verbo haver.
Ponho a venda
e fico à venda.
Talvez dormente,
porque a dor mente.

Trago o fumo;
fumo que levo.

Não me peça 
que pregue peça.
Então por ora
não é hora.

E a cerca diz
acerca disto.

A corda nunca
acorda em tempo.
Profundo é sempre
lá pro fundo.

Vá em cana;
cana de açúcar. 

Corrente prende; 
corrente leva.
Faz o bem
e faz bem feito.

Com raiva, mato; 
o mato acalma.

Leio um livro,
me livro e voo.
Acento agudo,
macio assento.

Agora cedo
enquanto é cedo.

Deixo a cena,
que a mão acena.
Já não luto;
chega de luto.

Fiquei partido
por ter partido.

Tristeza à vista
e vista a prazo.
Dei adeus 
pra ver se há Deus.

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