quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

POLÍTICOS, CABRESTOS E CURRAIS


Acho exdrúxulo, quando um candidato a prefeito afirma que só se for ele o eleito, a cidade ganhará recursos advindos do governador e do presidente da república. De alguma forma ele afirma - e os citados confirmam com o silêncio - que a depender de quem seja eleito, governador e presidente abandonarão a cidade. Cometerão uma vingança de quatro anos contra o povo que não aceitou a imposição de um nome. É estranho que isso ocorra em qualquer parte de um país que se diz democrático. Jamais entenderei essa democracia de curral, de chantagens e ameaças contra quem contraria o poder, tendo vontade própria. "Desobedecendo" os que dominam a coisa pública. 
Gostaria de perguntar ao Presidente Lula, por exemplo, se ele abandonará o Rio de Janeiro, caso o resultado das eleições em segundo turno não seja o que ele espera. Queria saber o mesmo do Governador Sérgio Cabral. Qual será a vingança preparada por eles, no caso de os cariocas "desafiarem" sua determinação de que este ou aquele candidato deve ser aceito ao invés de escolhido pelo voto livre. Aliás, cadê o voto livre garantido pela constituição brasileira, se até mesmo o presidente deste país acena com punição em massa, retaliando a soberania popular? Pergunto-me onde se escondeu essa soberania, se ela está condicionada ao contento dos poderosos.
Faz tempo que deveríamos estar livres do voto de cabresto. Dos resultados eleitorais fabricados pelo medo. Do curral que se estebelece em todas as instâncias do poder público, para que esses resultados não correspondam aos anseios populares, e sim aos interesses dos políticos. O eleitor deveria se impor mais, rejeitando nomes impostos e punindo a arbitrariedade dos mandatários que vinculam suas obrigações políticas à satisfação de seus caprichos e intentos puramente pessoais. Quem deveria ser o grande beneficiado com a eleição de qualquer candidato é o povo, e não o próprio candidato e os parasitas que o cercam. Será que jamais aprenderemos essa lição?

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