sexta-feira, 4 de abril de 2014

SONETO DA ILUSÃO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Hoje a minha saudade quer teu eco,
sem o qual reconheço que sou oco;
choro todo meu mar, definho, seco;
perco as folhas; as flores; viro toco...

Pago as penas do amor, mas peço troco;
és meu mundo e só quero ser teu gueto;
sou a boca do estômago, és o soco,
se não surges dos vãos do meu soneto...

E se nem pelo arroubo deste apelo
a saudade puder quebrar teu gelo,
já não sei se meu sonho tem razão...

É preciso acordar uma verdade;
só eu sinto e conservo esta saudade;
meu amor tem a marca da ilusão.

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