quarta-feira, 1 de outubro de 2014

INVERSÃO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Eu te amo. Foi a frase mais batida que morou em meus lábios. Em alguns de meus versos. Em minha vida. Ela me seguiu por toda a adolescência, rompeu a juventude, para só mais tarde, bem mais tarde, começar a diluir... não morrer, exatamente, mas diluir.
Já maduro e bem vivido, apesar das más vivências que me carimbaram, fiquei um tanto narcisista. Justamente as más vivências, no campo dos amores, me tornaram assim: egocêntrico. Fechado em bolha. Guardado à sombra. centrado em mim.
Foi aí que o meu amor caiu em si. Reverteu a trajetória. Já deu. Hoje olho nos espelhos e vejo a frase, manipulada, invertida, me lançar mais e mais aqui dentro. Não é mais eu te amo. E não reclamo da ilusão; da estima torta que me deu... te amo, eu.

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