segunda-feira, 13 de outubro de 2014

PASSO A VELA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Já não corro ao encontro do que sonho,
pois deixei de correr, me planto em mim,
ponho toda esperança nos meus tachos,
feito ebó numa velha encruzilhada...
Minhas pressas pediram sombra e rede;
minha sêde se mata nos meus mucos,
tenho sucos guardados na gastrite
que por ora deixou de ser nervosa...
Decidi abraçar as incertezas,
dispensar as verdades congeladas,
dar ao nada o sabor de não saber...
Quando quero tomar meu passo a vela,
sou a tela em meu quarto já minguante;
paraíso distante na parede...

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