segunda-feira, 8 de agosto de 2016

A CÔMODA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Fecho a porta que fica e vou pro mundo,
sou expulso por seu silêncio aos gritos,
caio fundo no abismo do futuro
que dispensa o passado e me convoca...
Abro a vista e dou olhos pra minh´alma,
fujo dessa presença sempre ausente,
sopro a palma da mão que suplicava;
faço a pluma procurar um destino...
Você nunca me achou em seus guardados,
me deixou na gaveta mais secreta,
onda a meta não pode ser morfose...
Rompo a cômoda e fria solidão,
pois me canso de ser arquivo morto;
cais do porto de sua segurança...

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