sábado, 8 de abril de 2017

ETERNIDADE

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Algumas eternidades parecem mesmo eternas, e são, pelo quanto pesam na alma e por isso não as queremos. Outras duram tão pouco, por serem tão felizes e desejadas, que nem as sentimos passar. Tantas outras acabam antes do início, pela forte sensação de que tudo não passou de um sonho, por termos fechado os olhos e o coração para todo o resto, abrindo-os tão somente para para o nosso tempo de ser felizes.
O fato é que a eternidade; provisória, curta ou eterna passa, para que realmente exista, em toda a sua plenitude. Para que o nada mantenha o seu sentido, como antônimo de tudo. Para que os antônimos não se percam, e sendo assim, a vida não morra antes de nascer, pelo choque fatal desse antônimo solitário, tirano, irremediável que seria não sendo, porque nada seria, por não haver início e fim, pois um não existe sem o outro. Vida sem morte? Tudo sem nada? Claro sem escuro? Alguém sem ninguém? Coragem sem medo? Amor sem ódio? Paz sem guerra? Vitória sem derrota?
A eternidade não seria o que é, sem a contrapartida da finitude. Ela existe para que no fim das contas, ou da vida, cada tempo se cumpra dentro da eternidade que lhe cabe. Tomara que a leitura destas bobagens não tenha sido uma eternidade para você.

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