sexta-feira, 15 de março de 2013

MOLEQUE DE RUA


Uma voz de criança na ginga de adulto;
Esse vulto, esse corpo este cá meio lá;
Ora gente, ora traço no meio de gentes
Cujos olhos o veem sem vê-lo em quem é...
É alguém que ninguém admite que sim,
A não ser que se alastre qual praga nos pelos,
Feito pedras no rim, eritemas na pele
Ou apelos cristãos em estágios de guerra...
Ser humano de cera que a sujeira fez;
Que será que seria se desse pra ser,
Se pudesse crescer e se ajustar ao mundo?
Vi um rato no corpo de moleque arisco,
Um olhar de menino que pede socorro
Sob o gorro encardido na cara de mau...


Um comentário:

  1. Todo o desprezo do mundo escondido em um corpo tão infantil, que com tão pouco tempo de existência já viveu tanta dor,a dor de ser impedido de ser gente.

    Beijos
    Joelma

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