segunda-feira, 25 de março de 2013

VOLTANDO A QUERER

Se quiseres voltar ao meu quintal;
resvalar no meu corpo, igual serpente;
lambuzar minha pele de saliva
densa e quente, aromática e viscosa...
Podes vir e trepar neste arvoredo;
no meu tronco suado e nos meus galhos;
desde cedo me acendo pro teu grau,
pro teu jogo de caça e caçadora...
Já guardei minhas folhas na varanda,
para só me vestir de brisa e sombra;
umas frestas de sol, pra temperar...
Não me deixa comigo e a fantasia;
vem aqui rechear este meu vão;
minha mão que te clona em tua falta...

2 comentários:

  1. Quanta sensibilidade... Ninguém precisa ser indelicado para falar de coisas da pele, do amor. Mas nem todas sabem expressar com suavidade esses sentimentos tão normais. Amei ler esse poema. Obrigada!

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  2. Clonar uma, duas ou quantas vezes a fantasia permitir nunca vai ser igual ao doce veneno da serpente ...umas matam outras só assustam rssss

    beijos
    Joelma

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