terça-feira, 19 de agosto de 2014

TRÊS CORAÇÕES

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Para Júlia e Nathalia

Trago no peito, essas duas razões que o íntimo cultua como núcleo do ser. Minha vida se desconhece fora desse contexto. Não há lua que paire sobre meu mundo e dê sentido a qualquer sonho, e não há sol nos meus olhos, quando não as acho nem imagino ao alcance das vistas ou das horas seguintes.
Tenho três corações, e no entanto, nem o meu é meu. Todos eles me ocupam para pulsar por elas que são meu horizonte; meu destino. São a vela que move minha embarcação. Sempre foram meu sino, meu sinal de vida. Meu antes e depois, desde que renasci.
Nada quero do mundo, senão a certeza do poder deste sentimento que me conduz. Que me faz querer conduzi-las com segurança, mesmo pelas filas incertas do que há de vir. Do que não sei que será, pois nada sou além de mim, mas quero ir enquanto há passos. Voar enquanto há vento, céu e asas. 
O poder não é meu. Não me pertence. Vem delas o meu dom de sonhar. De me doar e sentir que faço valer o tempo. Esse tempo já sem tempo e sentido para retroceder... mas quem foi que falou em retroceder, se já não tenho passado, e o futuro pertence a elas?

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