segunda-feira, 19 de setembro de 2016

CLIENTE


Demétrio Sena, Magé - RJ.

- Bom dia, vendedor. Quanto custa essa mesinha de centro?
- Olhe, senhor; na promoção, ela está por Cento e Vinte Reais.
- Hum... hum... será que não dá para fazer por Cem?
- Sinto muito, senhor. Por Cem reais, não dá mesmo.
- Cento e Dez? Fecha? Vamos lá, meu amigo! Tire Dez Reais! Dez Reais!
- Tá bom; tudo bem. Me dê os Cento e Dez.
- Só um momentinho; vou pegar aqui o cartão...
- Aí não, senhor... eu não disse no cartão! Tiro Dez Reais, mas no dinheiro.
- Quê que há, vendedor! Quebra esse galho! Aceita no cartão!
- Olhe, senhor; assim fica difícil; primeiro, o senhor pediu o desconto; agora quer pagar no cartão...
- As coisas estão difíceis, meu amigo... sei que as vendas não estão lá essas coisas... vai perder venda?
- Tá! Tá! Vou passar os Cento e Dez no cartão!
- Em quantas vezes você parcela?
- O quê? O senhor ainda quer que parcele?
- Ué... não pode parcelar pelo menos em três vezes? 
- O senhor deve estar de brincadeira... três vezes, ainda por cima? Olhe, só para me livrar logo desta situação, passo em duas vezes e não se fala mais nisso!
- Tá bom; tá bom; tome aqui o cartão...
- Me dê aqui... pronto... agora digite a senha.
- ...   ...   ...   ...
- Olhe, meu senhor; aqui está constando senha inválida.
- Não é possível... vamos tentar outra vez.
- ...   ...   ...
- Continua constando senha inválida...
- Ai, ai, ai... vamos lá. Mais uma vez.
- ...   ...   ...
- Foi a terceira tentativa, senhor... o cartão está bloqueado.
- Vamos fazer o seguinte, vendedor? Tenho Noventa Reais no bolso. Levo por Noventa, e a gente acaba com esse impasse.
- Ai meu cacete...

Nenhum comentário:

Postar um comentário