domingo, 2 de julho de 2023

DAS RESPONSABILIDADES HUMANAS

Demétrio Sena - Magé

Nem sempre podemos gritar aos quatro ventos aquele "sou quem sou e quem quiser que me aceite assim". Precisamos saber a quem poupar de algumas das nossas pessoalidades mais intrínsecas e profundas. Temos, todos nós, algumas complexidades indigestas, o que nos obriga certas responsabilidades no trato interpessoal. Poupar não é falsidade nem hipocrisia. É responsabilidade. E mesmo com responsabilidade, sempre ferimos ou fragilizamos alguém, por errarmos na observação de quem fecha com nossa forma de ser.
Ninguém tem que nos aceitar totalmente como somos, para conviver conosco. Podemos, mesmo sem deixarmos de ser quem somos, nos ajustar para termos convívio com determinadas pessoas. E temos a obrigação de repensar, quando percebemos nossa imposição a quem avaliamos equivocadamente nesse convívio.
O "sou quem sou e quem quiser que me aceite assim" pode ser uma filosofia bem abusiva, quando só pensamos em nós e não cedemos por ninguém. O ser humano deve se propor como é, quando julga possível ser aceito. Havendo engano, a civilidade reza o recuo, pela convivência... ou o afastamento, se recuar não basta. Só não devemos nos impor a quem quer que seja. Toda imposição deve se ater ao contexto do social coletivo, dentro dos direitos. Na convivência estreita, só a proposta é aceitável. A imposição fere o arbítrio alheio.
O direito de ir e vir é público. Não privado. Saibamos onde podemos entrar. E ao notarmos que não soubemos, tenhamos pés e humildade para utilizá-los no recuo parcial ou completo. Atentos, saberemos quando atravessamos alguma linha tênue.

Nenhum comentário:

Postar um comentário