domingo, 2 de julho de 2023

SOBRE AFETO SEM TABULETA

Demétrio Sena - Magé

Acho que não deveriam existir datas instituídas para comemorações afetivas. Quem ama pai, mãe, parentes, amigos especiais, par romântico e similares teria qualquer dia para tratar bem, fazer surpresas e homenagens, de acordo com seus estados psíquicos, de alma e/ou financeiros. E quando não estivesse bem, não correria o risco de acontecer justamente naquele dia instituído para ser a data obrigatória da gentileza, generosidade, gratidão ou... do romantismo.
Sim, não haveria movimento vertiginoso para a indústria e o comércio, que são os maiores beneficiados... mas nenhum empresário estruturado ficaria menos rico, pois o volume de vendas seria fracionado ao longo do ano, mesmo com algumas perdas em razão de ninguém entre os mais pobres ficar endividado ou realizar façanhas sobre-humanas para surpreender "à altura" os homenageados pelo calendário. Mas o mundo seria mais tranquilo, haveria menos mágoas e cobranças e todo sentimento que se acumula para essas datas seria dividido com o dia a dia, os aniversários pessoais e bodas não pressionados pelas mídias... e todas as inevitáveis comemorações estatutárias em fim de ano.
Há tristezas infindas nas datas instituídas para os afetos. E são incontáveis as razões. Muita gente se acha desamada em razão do que nem teria qualquer importância, não fosse o marketing que o rodeia em dias específicos... criados para vender glamour a preços exorbitantes, ao convencer de que a felicidade vem apenas das grandes lojas, espera somente nos melhores hotéis, restaurantes ou nas viagens mais instagramáveis.
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#respeiteautorias Isso é lei

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