segunda-feira, 29 de julho de 2013

MORRER DE SABER

Ao mesmo tempo em que o sábio da família morria de saber, os mais simples viviam. casavam e descasavam; amavam e desamavam; eram amados e desamados. Tinham filhos e preocupações, corriam riscos, cuidavam das próprias vidas e eram felizes entre alegrias e tristezas, felicidades e infelicidades, o que só pode entender quem vive. Quem não estaciona em sua frustração; em seu insucesso. Na dor de acordar todos os dias tão somente para sentir que o mundo perfeitamente reconstruível ruiu na sua cabeça.
Tive muita pena daquele sábio. Daquele fruto precocemente maduro que ninguém comeu, e por isso, apodreceu sem nenhum dulçor nos galhos de uma existência adaptada. Creio que todos sentiam pena daquele sabe-tudo, e só por isso lhe davam aquela esmola diária de uma plateia silenciosa incapaz de magoá-lo com um questionamento... uma demonstração de que podia saber mais do que ele sobre alguma coisa na vida.

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