quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

BARATA MÁRTIR

Demétrio Sena, Magé - RJ.
 
Em seu voo rasante, a barata veio ao meu encontro. Barata tonta. Baratinada.
Por um laivo de sorte, apliquei-lhe um tapa certeiro. Estava muito raivoso, não apenas pelo momento nem só pela barata, mas porque estava mesmo raivoso. Tivera um dia difícil no trabalho, me aborreci com alguns colegas, e a "barata voadora" só teve a triste sina de agravar minha raiva.
Depois do tapa que a derrubou, a infeliz ensaiou correr, mas era tarde: com várias pisadas violentas reduzi o inseto a duas asas, algumas perninhas massacradas e aquela manteiguinha que ninguém ousaria passar no pão.
Ainda bem que existem ratos, moscas, mosquitos, lacraias e baratas, e a certeza de que pelo menos uma dessas criaturas nos espera em casa. Se não fosse assim, não quero nem pensar no que seria de certas outras criaturas... alguns colegas de trabalho, por exemplo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário