terça-feira, 5 de maio de 2015

SOBREVIDA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Quando o tempo sulcar a minha pele,
corroer as entranhas e a memória,
minha história verter a sua cor
e meus ossos perderem todo cálcio...
Na tardinha do mundo sobre os anos,
no momento em que a vida oxidar,
onde as perdas e os danos derem mostras
dos alqueires finais de meu caminho...
Não me deixem virar um Frankenstein,
pelos cortes, costuras, agonias
por uns dias de vida como esmola...
Quero ser um pardal que pousa e dorme
ou a folha que seca sem alarde;
uma tarde chuvosa que anoitece...

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