sexta-feira, 20 de setembro de 2013

EDUCAÇÃO E PODER PÚBLICO

Resumindo em palavras verdadeiras, as considerações finais de uma reunião burocrático-pedagógica entre professores, pedagogos e os chefões político-partidários da educação pública:
Pois bem, senhores; precisamos criar uma estratégia para que os índices de aprovação escolar melhorem. Estes gráficos não podem mais ficar assim. Tudo bem que os alunos não aprendam a contento, isto é só um detalhe, mas eles precisam ser empurrados. Queremos estatísticas favoráveis à nossa imagem no exterior, e às verbas que advêm da imagem.
Se havemos de ser um país educado ou não, pouco importa, mas temos que ser um país de pessoas diplomadas. Peguem leve nas provas e ajudem disfarçadamente, observando apenas um cuidado: cem por cento de aprovação pode ser meio suspeito. Escolham três ou quatro reprovados por sala e os sacrifiquem. Mas apenas três ou quatro. Não exagerem.
Pensem bem, professores: além da imagem, do prestígio e das verbas, nosso país precisa continuar contando com mão-de-obra barata e cabeças confusas. Com gente que não sabe votar nem tem noções de cidadania. 
Não podemos perder essas pessoas que nos eternizam no poder em troca de cesta básica, bolsa-família, dentadura, pequenos favores, e às vezes, uma simples promessa com data indefinida.

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