quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

SEM VOCÊ

Sou escravo do afeto quanto são do engenho
essas almas baldias de quem foi escravo;
tenho raiva dos dias em que não a tenho
e por isso me guardo; me tranco; me travo...

Minha vida é uma fruta sem polpa nem favo;
é ação desvalida no meu desempenho;
tem a mágoa da rosa que apanhou do cravo
e das cores que o tempo apagou no desenho...

Fico assim quando a casa pequenina e densa
vira um ermo infinito sem sua presença;
perde os ares de casa; ganha os de prisão...

Sua graça me falta feito à pipa o vento;
como fecham as portas para um ex-detento,
minha mente se fecha pra toda ilusão...

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