Demétrio Sena,
Magé – RJ.
Torço para que
2019 não confirme o avanço vertiginoso da intolerância, fomentada como antes
nunca, em 2018. Não extingua em definitivo as leis que regem os direitos
humanos, especialmente nas questões mais polêmicas e necessárias. E que a
justiça, em um todo, não se torne vingança oficial (o que foi sinalizado nos
últimos meses).
Que a
sociedade majoritária não cace os diferentes. Não abata os opostos. Nunca
persiga os que não concordam ou rezam conforme suas cartilhas, como foi
ensaiado com base nos discursos de velhas lideranças que se apresentaram como
novas. Convenceram no grito, milhões de brasileiros divididos entre carentes e
de vida ganha. Sinceros e sonsos. De boa e má fé. Uns, desejosos do Brasil para
todos, e maioria, do Brasil só para si.
E o novo poder
público não ratifique a preferência por classes e conveniências, muito menos
por nível de obediência e servidão. Cada cidadão seja respeitado em seus
direitos e particularidades, e só os crimes, de fato, sejam tratados como
crimes. Não as escolhas de foro íntimo e pessoal, partidário, profissional nem
religioso.
2019 não seja
o segundo turno de 2018. Não “desafricanize” o sangue deste país de alma negra
nem o faça excluir a si mesmo, pela pretensão ariana que não combina com nenhum
brasileiro. A educação restitua e ganhe mais espaço. O professor seja
respeitado. Deixe de ser agredido pelo poder público e pela sociedade que se
deixou cegar.
Sejam todos
bem-vindos ao novo tempo! Todos, mesmo! Não apenas os cidadãos de minha cor,
meu gênero, escolha, classe, cultura, fé ou não! Somos todos, brasileiros,
apesar da trágica divisão fomentada pelos preconceitos, a raiva e a fome de
poder que se anunciaram ao país, na voz de quem percebeu como estava fácil
modelar a massa.