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quinta-feira, 3 de março de 2016

REENCONTRO


Demétrio Sena, Magé - RJ.

Foi um tanto confusa pra minha saudade
a mornura do encontro que tanto esperei;
houve grade, fronteira, sinal de limite
ou alarme velado entre tênues lacunas...
Foste branda e polida, puseste adoçante
onde nunca faltava o excesso de açúcar,
teu afeto distante frustrou a presença
e fiquei constrangido com a simpatia...
Não há como sentir dessa forma contida
o que a vida curtiu tão profundo em meu ser
ou deixar decair o que voou tão alto...
Nem te quero comum, reticente, formal,
no formol, na vitrine, com tal reverência
de museu; catedral; conferência; consulta...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

SOLIDÃO UNIVERSAL

Demétrio Sena, Magé - RJ.


Cada próximo à vista é uma nova miragem do vazio que habita os nossos olhos, janelas de nossas almas baldias. A distância do próximo está cada vez maior e contextualizada nas aparências; na plástica de uma multidão solitária. O ser humano se acotovela e não sente, porque não cabe ao tato a sensibilidade perdida. Cabe ao trato profundo, sincero e solidário que perdemos no tempo e no espaço de nosso egoísmo irrefreável.
Estamos separados por abismos. Imersos em prioridades palpáveis. Preocupados com o que teremos no dia seguinte, mas que jamais bastará, tanto faz o tamanho da conquista. Queremos o acúmulo; a coleção de bens, poder e unidades monetárias. O que tem de ser nosso e o que poderia ser de outros, mesmo que não tenhamos onde pôr e utilizar. Cultuamos o desperdício, em nome da ostentação e da vã imagem de superioridade.
Construímos o reino do egoísmo e perdemos a noção da vida. Parece que somos todo o mundo e todo mundo é ninguém aos nossos olhos. Os rumos da humanidade ficaram todos congestionados, porque há tantos eus no caminho para o nada. Já não há mais garagem para tanta solidão... no fundo, é tudo solidão.