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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

ESPERANÇA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Dê sinal de que ainda nos resta semente,
pra que minha esperança não perca sentido,
nem eu tenha impressão de nunca ter vivido
a magia que mora nas malhas da mente...

Muita coisa morreu, mas algo está ferido
sem perigo de morte; só ficou doente;
meu olhar de fumaça confia na lente
que me faz achar vida no sonho perdido...

Eu preciso mirar nesses olhos distantes
e sentir que algum brilho é refletido em mim;
faça crer que o depois pode ser como antes...

Quero achar sob os nãos um resquício de sim;
para dar um alento aos meus dias restantes,
dê sinal de que tudo é demais pra ter fim...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

CARA DE BOBO

Demétrio Sena, Magé – RJ.


Faço cara de bobo. Talvez nem seja só cara. Devo mesmo ser bobo. Seja como for, trata-se da mais eficiente maneira que achei de viver melhor. É assim que deixo muita gente feliz: por me vencer. Se não de fato, pelo menos por ostentar expressões que não sei forjar.
Fecho a boca, escuto e faço ares de que não tenho vivências. Talvez também não as tenha, como penso que sim. Desta forma fujo a todos os cercos do meu brio. Com isto, massageio e condecoro todos os brios carentes de holofotes com que lido constantemente.
Quando menos espero e dou por mim, percebo que aprendi muito mais do que penso que sei da vida pelas leis naturais do tempo. No fim das contas, há um mundo melhor por fazer, e na verdade, minha cara de bobo é o melhor escudo para viver entre sábios de festim.