quinta-feira, 30 de outubro de 2025

"FOI UM SUCESSO"

Demétrio Sena - Magé 


Referindo-se à operação policial mais nefasta que o Rio de Janeiro já vivenciou, com mais de cento e trinta mortos, o governador Cláudio Castro parecia falar de um show. Para ele, foi. A evidência do caos, a exacerbação da força e a desorganização que disseminou o medo, a insegurança e o luto foram as marcas de uma operação mais política do que policial, visando o desgaste do presidente Lula e a recuperação de prestígio popular do governador Cláudio Castro, com o seu eleitorado bolsonarista. 

Mesmo que a operação tivesse realmente sido bem sucedida, o que não foi, em razão dos "efeitos colaterais" desumanos, "foi um sucesso" é uma fala cruel. Onde os direitos humanos foram desrespeitados e a ordem foi "meter o dedo", só há motivos para lamento. Nem as quatro mortes de policiais foram respeitadas pelo governo e sua equipe, na conotação de sucesso e a declaração de que "os efeitos colaterais foram mínimos". Carnificina não é sucesso. Guerra não tem tem triunfo. Tem vencedor, mas não tem triunfo, porque mesmo quem vence deveria lamentar o rastro de mortes, em respeito às famílias.

Sucesso é uma campanha esportiva, cultural, comercial, publicitária ou outra, bem sucedida. É conquistar um emprego, uma vaga na universidade, ganhar um campeonato, um concurso, torneio, vencer na vida com trabalho e honestidade. Considero sucesso, alguém salvar uma vida, gerar uma reflexão coletiva. Matar, mesmo como combate ao crime, não é sucesso. Pode ser um mal necessário (não com tanta violência, premeditação e desproporcionalidade), mas não um sucesso a ser festejado.

Mais de cento e trinta mortes, que não haveria em uma operação inteligente, não são exatamente um efeito colateral. Esse efeito colateral foi maior do que o resultado que seria ideal em uma sociedade civilizada (as prisões e apreensões). Mas, talvez para o poder público estadual seja mesmo isso. Como queriam eliminar a todos, as prisões e apreensões ficam, essas sim, entendidas como o efeito colateral. As mortes de pessoas que não estão sendo identificadas, o sucesso da operação.

Não defendo bandidos. Quero todos presos, punidos, impossibilitados de fazer vítimas. O que me causa espanto e indignação é que uma ação policial de alta letalidade seja vista como uma festa. Entrar, matar e sair para que o crime se reorganize e depois o poder público volte a entrar, matar e sair, porque isso dá mídia imediata e voto. Já observaram que tais operações são realizadas às vésperas de campanhas eleitorais e quando os governos estão em baixa nas pesquisas de aprovação popular?

Faltou dizer que sucesso é o tratamento ou a cirurgia que vence a doença. É aquela vida que um bombeiro salva em situação de perigo; aquela que um policial também salva, na defesa imediata de um cidadão. É a pacificação de uma comunidade, com a permanência da polícia, nela. É, ainda, uma investigação criteriosa, que termina com o desmantelamento do crime organizado, de cima para baixo, sem penalizar tanto, a população como um todo. Show macabro de cadáveres expostos não é um sucesso.
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quarta-feira, 29 de outubro de 2025

A TRAGÉDIA DO PODER PÚBLICO DESORGANIZADO

Demétrio Sena - Magé 

Entrar, matar e sair é a política de segurança do governo do Rio de Janeiro, de São Paulo e outros Estados do Brasil. Entre a saída e a volta pré-datada em vez de uma ocupação permanente, o crime parcialmente combatido se reorganiza. Aqui no Rio de Janeiro, a matança de mais de 130 pessoas (64 oficialmente, trinta corpos que hoje foram recolhidos e mais vinte que chegam agora, 8h26min., conforme vejo em noticiário de tevê). 

A forma desorganizada, brutal, sem nenhum projeto e qualquer cuidado com a população, mostra dois objetivos injustificáveis bem definidos: o desgaste do governo federal - que não soube previamente, não foi consultado nem recebeu solicitação de apoio -, e a formação de vitrine para o próprio governador Cláudio Castro, visando a futura reeleição. Para esses objetivos, a criação do caos e a instituição do vale tudo são apresentadas como demonstrações de coragem; heroísmo; determinação.

Existe uma fala estruturalmente preconceituosa, mas muito vezeira, entre todas as camadas populacionais, que diz: "Nem todo mundo na favela é bandido; tem muita gente honesta e trabalhadora", quando é o contrário; nem todo mundo na favela é honesto e trabalhador; tem muito bandido. Em outras palavras, a grande maioria nas favelas é de gente honesta e trabalhadora, mas a bandidagem domina com armamento pesado, ameaças e ordens. E é com o pensamento estruturalmente preconceituoso que o poder público, via polícia, invade os complexos e favelas, como se gente honesta e trabalhadora fosse minoria, e sendo assim, suas mortes fossem apenas efeitos colarerais insignificantes.

Em um todo, não houve política de segurança pública nessa mega "batida policial", e sim, um projeto eleitoral macabro que visa desqualificar o governo federal, não importa como, porque as pesquisas eleitorais "acendem um alerta". O noticiário continua somando corpos e o governo do Rio de Janeiro mete os pés pelas mãos em suas declarações públicas sobre ter metido os pés pelas mãos nas ações policiais e nas declarações de ontem, sem nenhum respeito aos moradores do complexo.

Pergunto-me se todos os corpos recolhidos são de bandidos, mesmo. Se não há corpos de pessoas trabalhadoras, honestas e simples, que tentaram fugir de suas casas. E se há, o que para mim é muito provável, suponho que não saberemos. Pelo menos com exatidão. Quero ressaltar que a minha preocupação neste momento não é com uma das esferas ou ideologias do poder público. É com os moradores dos lugares em questão. 

E me preocupo sempre, com a existência das cabeças e os corações ruins de quem defende a truculência oficial que mata indiscriminadamente. São as mesmas cabeças, os mesmos corações que louvam o genocídio em Gaza e os ataques nefastos dos Estados Unidos a embarcações não verificadas, em águas internacionais. A maioria, cabeças e corações de quem canta "Vem com Josué lutar em Jericó" ou "Caminhando eu vou para Canaã".

Corpos continuam se acumulando e a polícia já dá sinais de que se retira. E como só uma facção foi alvo da operação (que deveria ter sido inteligente, para prender), logo saberemos qual terá sido a troca de comando: se outra facção das muitas existentes ou alguma milícia que assiste a tudo e já se mexe para ocupar o vácuo não ocupado pelo poder público, que entra, mata e sai.

Meus sentimentos às familias dos inocentes vítimas e às famílias dos policiais mortos... e minha solidariedade a todos os moradores inocentes que convivem com a violência diária de onde moram e vivenciaram ontem essa brutalidade. O poder público desorganizado não tem como vencer o crime organizado.

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Imagem: CNN Brasil - aquarelada 

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terça-feira, 28 de outubro de 2025

VARIAÇÕES SELETIVAS DE TRATAMENTO

Demétrio Sena - Magé 


Quem hoje lhe trata bem; amanhã, mal; depois com indiferença ou de qualquer maneira, não é assim com todos. Ninguém intervenha com "deixe pra lá, ele (ou ela) é assim mesmo". Não é. A forma de tratamento que alguém dispensa vem do status do interlocutor; da provável relação hierárquica; formação acadêmica e possível dependência de última hora, desse alguém, ou a previsão dessa possibilidade.

Mesmo com possíveis problemas ou síndromes emocionais ou psíquicas comuns, inerentes aos cidadãos e cidadãs destes tempos, uma pessoa pode estar triste, hoje; alegre, amanhã; calma, neste momento; agitada, no dia seguinte... mas, a sua educação será sempre a mesma e não dependerá do que aconteceu em outro ambiente, com outras pessoas. Sua gentileza, consideração, humanidade ou prontidão afetiva não se abalará. A compreensível variação de humor ou comportamento não demanda variação de caráter ou índole. Esteja como estiver o íntimo dessa pessoa, ela sempre será a mesma pra você, como é pras pessoas a quem admira, e por isso as respeita em quaisquer circunstâncias.

O que faz alguém variar o tratamento que lhe dispensa, sem levar também em conta o seu estado pessoal, somente o próprio, não tem fundo psíquico/emotivo. Certamente, não incluo nesta reflexão, pessoas portadoras de sérias e realmente profundas complicações ou patologias. O que ocorre nas relações interpessoais, que faz alguém escolher a quem sempre respeita, considera, trata bem... e a quem trata como lhe aprouver, tem a previsível medida estrutural de preferência e preconceito.

Não é sobre variações humanas de humor, e sim, sobre a sociedade que nos rodeia. Ao mesmo tempo, sobre as variações seletivas e preconceituosas de tratamento interpessoal, nesta sociedade. É sobre todos nós em relação ao próximo.
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sábado, 25 de outubro de 2025

SOBRE OS EXTREMOS

Demétrio Sena - Magé 


Muitas vezes, dizem que alguém se converte ao evangelho, quando está no fundo do poço. Entretanto, sendo o fundo do poço a coroação de uma trajetória desgraçada, que deságua em um profundo arrependimento, converter-se a uma religião já é o próprio fundo. Mais triste ainda, é a pessoa se unir obrigatoriamente a outra do mesmo contexto de vida, para criar uma prole "perfeitamente uniforme" e depois se vangloriar, dando tapas no próprio peito: "EU criei todos eles dentro da igreja!". 

Em outras palavras, a pessoa conheceu o mundo, viveu, fez as suas escolhas, mas os filhos, talvez os netos, nunca viram a superfície. Foram criados no fundo do poço e, se um dia resolverem buscar a luz da liberdade, serão para sempre ofuscados por um remorso; um profundo sentimento de culpa: o de quebrarem a tradição familiar de pertencer ao fundo do poço, onde o radicalismo do inverso faz idealizar o céu, simulando-o no inferno da própria realidade. Uma realidade fantasiosa, repleta em superstições, medos ou coragens doentias em uma guerra espiritual imaginária contra demônios e pessoas que se tornam demônios, porque são da superfície. 

Há gerações e gerações criadas nesse fundo, imaginando que salvaguardam suas almas e desfrutam do reconhecimento divino que há de coroá-los depois da morte. Como adiantamento, a ilusão de serem guerreiros e guerreiras do "Supremo". Superiores aos seres da superfície - os mundanos. Uma "santidade" que os torna - sem abandonarem as expressões contritas - dispostos a puxar compulsoriamente os "mundanos" para o fundo do poço ou cancelá-los sumariamente.
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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

CORAÇÃO INCORRIGÍVEL

Demétrio Sena - Magé 


Sou desses caras ingênuos, ou bobos, que sempre acham que fizeram afetos em determinados lugares. E quando resolvem, chegam cheios de acenos, aos locais, para matar saudades. Com o riso exposto, chamamando as pessoas, em alto som. Só aí percebem, em polegares distantes, sorrisos pálidos e cumprimentos desconcertados, que o afeto é unilateral; não existe a reciprocidade que só os corações bobos acreditam haver, nestes tempos de muita pressa. De muito separatismo, pelas mais diversas questões, das mais profundas às mais fúteis e rasas.

Até entre pessoas com laços consanguíneos está assim. Com pouco tempo de ausência, eventuais retornos têm surpresas como essas: cumprimentos frios, olhares incomodados, ameaças veladas de assuntos que podem criar atritos e a velha imposição do gênero "minha casa, minhas crenças; preferências; hábitos; orientações; visões de mundo, vida, política e sociedade", sem direito a contraditórios. Quase ninguém se alegra por ver o outro; quase ninguém recebe com alegria nem se comporta ou se expressa de forma docemente brega, para mostrar o quanto o outro é bem-vindo... seja ele como for, como ele aja, não importa no que acredite.

É assim nos ambientes físicos, nos grupos de redes sociais e até nas conversas remotas, mesmo entre duas pessoas, por alguma razão que, se não houver, será inventada. "Mudar o rumo da prosa", porque já está "batida" ou desgastada, não vai adiantar. A outra "prosa" será também constrangedora, porque a fogueira dos egos é obrigatória nestes tempos. Mas ainda sou desses caras bobos; que têm uma carga de conceitos nada ou não muito convencionais, e mesmo assim acredita na congregação dos opostos; na união da diversidade; na igualdade sob as diferenças.
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quarta-feira, 22 de outubro de 2025

DAS INJUSTIÇAS CONFORTÁVEIS

Demétrio Sena - Magé 


Há quem ache bem confortável manter um mal entendido com alguém, na condição de atingido. Isso dá bem menos trabalho do que tentar pôr as cartas na mesa, com esse alguém. Tirar a limpo, com toda a sinceridade que a situação exige, principalmente quando se trata de um ente querido. 

Abrir mão do protagonismo, para ser quem procura e precisa dirimir dúvidas, poderá demandar uma conversa franca, de olhos nos olhos, e isso pode causar uma distopia, como também uma situação constrangedora para quem possivelmente já desabafou com terceiros e construiu sua imagem de personagem irremediavelmente ferida.

Essa pessoa pode passar de protagonista a vilã e de quem deveria receber um pedido de perdão para quem deverá pedir, por causa da sua injustiça. Do próprio silêncio que por algum tempo não deu ao outro, a chance da ciência do que houve nem da elucidação, da justificativa e possível defesa.

Correr o risco de perder o seu posto de ofendido ou constrangido, para se tornar a pessoa que ofendeu ou constrangeu, exigirá uma grandeza e uma coragem raras entre os seres humanos. Arriscar-se a reclamar o possível banco dos réus não é para qualquer essência, consciência ou sensibilidade.
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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

PRESENÇAS AUSENTES

 


UM ACRÓSTICO EM PROSA

Demétrio Sena - Magé 

Beijam as botas, os coturnos e as mãos assassinas de quem os rege. Ouvem ordens das trevas, que dizem ser da luz, e as cumprem das formas mais rasteiras. Ludibriam ou pelo menos julgam ludibriar a verdade; cultuam mentiras; desinformações; truques levianos. Suas mentes afundam, dia após dia, em um lodo sem fim. Os motins e as conspirações contra seus opostos são constantes. Não encontram os motivos que justifiquem tais atos, mas arrombam portas da sociedade. Abrem fendas; feridas em solos alheios.

Roubam sonhos, odeiam, são separatistas, têm cargas imensas e múltiplas de preconceitos. Instituem seus gritos de comando e cerco aos que pensam diferente, seguem outros padrões ou nem têm padrões. São estercos inférteis das próprias histórias inventadas para forçarem a normalização de suas atrocidades.

Têm a gosma do mal sob a casca, os discursos, as pregações e os louvores do bem. Agem sem um sentido humano, civilizado e inteligível para suas ações truculentas, desarvoradas e com base em um leque de fanatismos religioso, político-partidário e grupal (porque social não definiria o contexto). Seguem velhas orientações de sociedades mumificadas, que o mundo moderno julgava extintas; decompostas em idades ultrapassadas do mundo, que ora parece insano, confuso, e do do próprio tempo.

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domingo, 19 de outubro de 2025

DO CRISTIANISMO PERVERSO

Demétrio Sena - Magé 

Faz muitos anos que o meio cristão não me comove; notadamente, o meio evangélico. Sempre que uma palavra, um gesto, atitude, olhar ou até silêncio me faz refletir ou mexe com a minha consciência de forma positiva, levando-me a repensar sobre algo, geralmente não é de quem prega ou segue o evangelho. 

Posso dizer que, se hoje, alguém me levasse a crer em Deus, seria uma dessas pessoas mais evitadas pelos cristãos, pois, atualmente, as qualidades que mais admiro no ser humano (empatia, humildade, respeito às diversidades étnica, religiosa e de gênero, apego à paz) é o que os cristãos de agora mais condenam como vivências reais, para muito além das palavras restritas aos seus sermões. 

A falácia que vem dos templos; as contradições entre o que pregam e fazem; a seletividade baseada nos preconceitos; o quanto condenam, massacram, isolam e odeiam até seus entes queridos que não seguem as mesmas crenças, me assustam. Não me levam a me afastar, pois não seleciono pessoas de acordo com as semelhanças comigo, mas me afastam por força dos cancelamentos convivenciais.

Recentemente, uma pessoa muito querida por mim justificou seu afastamento de quase todos (os que não professam a mesma fé), com afirmações do quanto está "acima das pessoas e dos acontecimentos do mundo". De como a sua espiritualidade a distanciou da própria terra. Classificou a própria "atmosfera" espiritual como algo que a promoveu a um ser de luz superior aos "humanos normais".

Essa ingenuidade arrogante não me comove. Uma soberba mal escondida em olhos contritos. Em palavras maliciosamente brandas de quem pegaria em armas para obrigar o próximo a se converter ao evangelho e, como ato casado, à política partidária de direita, se o seu líder garantisse aos gritos, que foi "Deus" quem deu a ordem. A quem eles chamam de pobres pecadores é que me comovem.

Devo confessar que convivo com exceções (absolutas) desse meio. E por serem exceções em suas formas de viver sem preconceito nem apologias a si mesmos, tais cristãos também estão sendo afastados, cancelados, impedidos de professar. Esses também me comovem. Não me tornam cristão, mas me comovem.

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sexta-feira, 17 de outubro de 2025

VALE TUDO?

Demétrio Sena - Magé 

A Raquel é chata, porque é muito "certinha". A Consuelo, "um porre", pois "com aquela honestidade insuportável", denunciou o Marco Aurélio e desfez um esquema de corrupção. O Afonso e a Solange? "Aff; é muita bondade junto; ninguém suporta!". "Que mala, o Sardinha! Esse aí ajuda a todo mundo, é um poço de ética, empatia e solidariedade!". Por outro lado: "Ah, o Marco Aurélio é Franco; a Odete é o que é; o César mostra a cara e a Maria de Fátima não esconde o mau caratismo...". "Esses dizem a que vieram!".

São alguns; apenas alguns dos milhares de comentários na web, sobre o penúltimo capítulo da novela Vale Tudo, da Rede Globo, nesta quinta-feira, que esses típicos comentaristas dizem não assistir e chamam de Globo Lixo. É possível saber, sem margem de dúvida, qual é o grupo que pensa dessa forma, considerando o tom de voz que nos vem à mente. Como dá para entender o amor doentio desse grupo pela figura lamentável que há menos de quatro anos ainda governava (ou será que desgovernava?) o Brasil. 

Cada dia menos telespectadores entendem o que é denúncia, o que é fantasia, licença poética ou proposta de reflexão em uma novela, um filme, uma série, uma peça teatral, um seriado. Comentários bisonhos mostram isso. Da mesma forma, cada dia menos pessoas entendem as nuances de um bom livro, um poema, uma boa canção, uma obra de arte (quando leem ou veem). Menos pessoas, a cada dia, fazem qualquer leitura minimamente relevante ou elucidativa do mundo; a contemporaneidade; as atitudes; a vida.

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