Demétrio Sena, Magé - RJ.
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quinta-feira, 27 de novembro de 2025
quarta-feira, 26 de novembro de 2025
CLÁUDIO CASTRO E SUA POLÍTICA PANFLETÁRIA
Demétrio Sena - Magé
Tira barricadas; põe barricadas... tira, põe; põe, tira. É um carrossel sem fim. Uma ciranda que se afigura interminável, porém, sempre nasce pré-datada para momentos muito convenientes aos que a promovem. No fim das contas, com ou sem barricadas, o crime não dá trégua e a bandidagem segue o seu fluxo notoriamente crescente, como no Rio de Janeiro. Jamais decrescente. As explosões de violência evidenciam que as ações letais (também para os cidadãos) do governo Cláudio Castro são todas panfletárias, eleitoreiras e desastrosas em seus resultados.
Há um tom de brincadeira entre o poder público estadual e a bandidagem do Rio de Janeiro. Como se o governo, via polícia, combinasse com os chefões do tráfico e das milícias: "Vocês nos oferecem sacrifícios, alguns resultados dignos de mídia, e nós não atacamos a base, o cerne, ou seja; vocês". Com isso, o governo faz barulho, atrai e contrata mídias, e a bandidagem "faz sua parte": Cedendo "cordeiros" (bandidos menores que topam tudo e morrem na linha de frente), facilitando apreensões e fingindo perder a "guerra", até o prestígio eleitoral do governo se recuperar.
Nessa campanha sórdida, estão envolvidos empresários na expectativa de privilégios... Ongs e outras entidades privilegiadas em editais... grupos específicos ligados ao poder público e igrejas. Igrejas são as mais privilegiadas, nas pessoas de seus líderes. Os membros, as pessoas simples - massas de manobra -, vivem da ilusão de poder sobre quem eles julgam pecadores e sobre os grupos religiosos minoritários, onde a promessa eleitoral não apresenta números tão expressivos.
O que pode realmente combater o crime é a inteligência que o enfraquece financeira e socialmente. É a investigação que alcança e prende os criminosos. Aquela que, quando os mata, é por absoluta necessidade. Não por política de matança indiscriminada, pois essa matança também inclui a população trabalhadora, simples e inocente. Matar inocentes não é política pública honrada.
Quanto aos índices de criminalidade pós-matança recente e pós-barricada zero, você pode correr o risco de averiguá-los, caso tenha coragem: entre naquelas comunidades, com ou sem barricadas, com ou sem os bandidos abatidos naquele tiroteio, e tente sair. Vá regularmente ao Centro do Rio de Janeiro pela linha vermelha ou qualquer outra via, sem levar o coração na mão. Não seja hipócrita. Elogie, mesmo, a política de segurança do Cláudio Castro e tente não fazer como aqueles fiéis que oram para parar de chover e depois saem: cada um com o seu guarda-chuva em mãos, evidenciando aquele bom e velho "por via das dúvidas".
Acreditamos muito fácil, no fácil. Na eficiência do imediatismo e do barulho. Na brabeza de festim dos políticos que precisam, desesperadamente, recuperar prestígio. Nas promessas de, pertinho do início das campanhas eleitorais, acabarem em poucos dias com o que deixaram ser construído por muitos anos. Cultuamos a política do enfrentar a bandidagem com bandidagem pior.
E agora, como forma de contribuição para fomentar ainda mais as desigualdades que fomentam o crime, nosso governo decidou aprovar, nas escolas públicas, alunos que não aprendem nada e são reprovados em várias disciplinas. Lá na frente, na hora da disputa desses alunos pelas oportunidades de trabalho, é que a sociedade verá, mais uma vez tardiamente: cada vez maiores explosões de violência, via criminalidade, que o próprio Castro ou outro governo prometerá extinguir em poucos dias, às vésperas das campanhas. E o povo? Ah, o povo... cada vez mais povo... sempre!
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terça-feira, 25 de novembro de 2025
segunda-feira, 24 de novembro de 2025
DE QUEM NÃO GOSTAVA DO LULA
Demétrio Sena - Magé
Por muito tempo, não prestei atenção no Lula. Eu tinha grande fascínio pelo Leonel Brizola, como tenho ainda, em memória. Queria vê-lo presidente do Brasil, e como ele e o Lula formavam um racha na esquerda política deste país, o Lula era um pessoa não grata para mim. Só por isso. Ele Atrapalhava o Brizola, que não era de jogos de cintura. Não compunha com quem não descesse redondo em sua garganta, por mais que isso lhe garantisse a eleição.
Lula sempre foi mais esperto e flexível, como hoje sei que é preciso, mesmo a contragosto, se a pessoa ou grupo desce minimamente; mesmo arranhando a garganta. Brizola jamais seria presidente, por excesso de brio pessoal; por uma honra jurássica, endurecida, que sempre admirei em qualquer pessoa, mas, em política, é garantia plena do insucesso eleitoral. As urnas exigem uma sabedoria ferida e rascante, para depois delas o eleito, se for um político de honra, surpreender as parcerias de má fé com uma gestão digna; fértil; producente.
Comecei a observar e admirar o Lula exatamente a partir de sua "paixão e morte" política (da qual depois ressuscitaria), culminando com a sua prisão, embora já tivesse votado nele, na falta do Brizola. Naquele dia em que a Polícia Federal foi buscá-lo em meio à multidão, a militância presente não cometeria excessos como os bolsonaristas, mas, estava disposta (e seria possível) a impedir que ele fosse levado. Porém, Lula simplesmente pediu calma e seguiu com serenidade. Se houvesse uma cruz, acho que a pegaria voluntariamente, para levar até a prisão.
Eu vi aquilo. Achei muito digno. De uma honra à altura do Brizola, que também não fugiria nem incitaria o povo a ser violento em seu favor. Amei aquele gesto, aquela expressão e o silêncio que dizia tanto, através dos olhos que as câmeras mostravam tão de perto, porque não havia como não fazê-lo. Era um olhar simbólico e profético; dava como certo que não era o fim. As pedras daquele túmulo simbólico logo seriam removidas pela história.
Na prisão, Lula se dedicou a ler. Leu muito. Livros de sociologia, ciências políticas, filosofia, e também jornais, revistas, tudo o que pudesse mantê-lo conectado com o mundo externo, a realidade, as mudanças do país que ele ainda governaria pela terceira vez. Para isso, confiou nos advogados e na justiça que, mesmo injusta, logo teria que se render aos fatos, à comprovação de sua inocência e à conspiração das voltas que o mundo dá. Também o admirei, quando, diante da chance de cumprir pena domiciliar com tornozeleira eletrônica, ele preferiu o regime fechado; não aceitou essa "barra-da-saia prisional", com a seguinte resposta: "Quem usa anel no pé é pombo; eu não sou pombo".
Nenhuma trama foi ensaiada. Nenhuma conspiração partidária. Qualquer incitação à violência popular ou armação politiqueira com deputados, senadores, empresários poderosos do comércio, da indústria e do agro. Nada foi feito por caminhos duvidosos. Tudo pelas trilhas da lei, da investigação processual, da paciência e da esperança desse cidadão e político ocidental de plena sabedoria oriental.
Não tenho palavras pragmáticas nem clichês para definir o que não é técnico nem populista. Meu texto não é intelectual; tem observações inspiradas em uma trajetória que não se explica pela política partidária nem pela sociologia crua e seca de quem estuda pessoas como se dissecasse um sapo, visando análises acadêmicas frias e diretas.
Com defeitos a balde, como qualquer ser humano, Lula não tem, entretanto, a contaminação da covardia. Do "dedo no olho" em uma luta nem dos truques capazes de utilizar multidões ignorantes ou em situação de vulneranilidade para se dar bem sozinho. Nunca pediu Um Centavo dessas pessoas, para fortalecer suas condições de conspirar contra os opostos e o próprio país, com a única intenção de se perpetuar no poder máximo da nação brasileira.
Repetir tudo o que Lula já fez como político, especialmente como Governo Federal, é chover no solo encharcado. Também não preciso dizer que reconheço que ele deixou de fazer muita coisa. Mas a comparação entre ele e qualquer governo que passou pelo Brasil, somada à sua dignidade pessoal e à paixão pela democracia, pelas igualdades racial, religiosa, social e de gênero me fazem, sim, admirá-lo como a poucas pessoas... famosas ou não.
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sábado, 22 de novembro de 2025
sexta-feira, 21 de novembro de 2025
terça-feira, 18 de novembro de 2025
POLÍTICA RELIGIÃO E JOGO
domingo, 16 de novembro de 2025
sábado, 15 de novembro de 2025
CURSOS QUE SAEM DO PERCURSO
Demétrio Sena - Magé
quinta-feira, 13 de novembro de 2025
FALAR BEM É DO BEM
(sobre religiões de matriz africana)
Demétrio Sena - Magé
Nunca vi um umbandista, candomblecista ou qualquer outro religioso dessa linha, gritando em uma condução enquanto eu tento ler um livro, cochilar um pouco ou simplesmente apreciar em silêncio a paisagem do percurso. Ninguém verá um religioso de matriz africana em praça pública, quebrando o sossego e obrigando a todos ouvir louvores, pregações e preces que não querem. Eles conhecem o sentido de "não é por força nem por violência, mas, pelo espírito".
Nenhum religioso dessas vertentes quebra templos e objetos sagrados do cristianismo. Não agride nas ruas, física ou verbalmente, a quem não tem a mesma fé; não acredita nos mesmos sagrados. Jamais afirma que este ou aquele indivíduo vai queimar no inferno. Cada religioso crê, realmente, que a sua crença é a ideal, mas o religioso de matriz africana respeita quem pensa e crê diferente e trata a todos com igualde, respeito e ética. Evidentemente, há exceções, mas no caso desses religiosos, de fato são exceções. Não é a regra eles serem prepotentes, preconceituosos, furiosos, bufões e pretensos donos da verdade.
Faltou dizer que as religiões afrodescentes nunca tentaram tornar lei (por força e violência) o ensino de suas doutrinas nas escolas, mesmo quando era certo que teriam sucesso. Vale também dizer, antes que alguém pule, que aquela aplicação de estudos de africanidades (nunca respeitada) nas escolas não passa pela doutrinação religiosa. Trata-se de história, pelas perspectivas que sempre foram suprimidas pelas versões engessadas impostas.
O que realmente conheço dos religiosos de matriz africana são a postura humilde, a discrição, o respeito pelo espaço e o direito alheio a culto em seus respectivos templos e congregações. Conheço deles o tratamento igualitário; a disposição de ajudar seu próximo sem cobrar dele a conversão. A ausência do julgamento banal, da maledicência, do arrombamento da sociedade e do alinhamento corrupto com o poder político, para dominar o cenário religioso.
Esta prosa não fala mal de ninguém. O que acaba de fazer é falar bem de alguém. Falar bem é do bem, embora muitos não concordem, se o alvo não for da mesma "facção". Também não estou dizendo qual é a "facção". Nem precisaria dizer, se quisesse. Como nem é preciso dizer que não tenho religião, porque não creio em sagrados... mas no que tange a regra corporativa e pessoal, sempre tive grande admiração pelos religiosos de matriz africana.
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terça-feira, 11 de novembro de 2025
AS DUAS MARGENS DA INTRIGA
Demétrio Sena - Magé






