Demétrio Sena, Magé - RJ.
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quinta-feira, 6 de novembro de 2025
terça-feira, 4 de novembro de 2025
quinta-feira, 30 de outubro de 2025
"FOI UM SUCESSO"
Demétrio Sena - Magé
quarta-feira, 29 de outubro de 2025
A TRAGÉDIA DO PODER PÚBLICO DESORGANIZADO
Demétrio Sena - Magé
Entrar, matar e sair é a política de segurança do governo do Rio de Janeiro, de São Paulo e outros Estados do Brasil. Entre a saída e a volta pré-datada em vez de uma ocupação permanente, o crime parcialmente combatido se reorganiza. Aqui no Rio de Janeiro, a matança de mais de 130 pessoas (64 oficialmente, trinta corpos que hoje foram recolhidos e mais vinte que chegam agora, 8h26min., conforme vejo em noticiário de tevê).
A forma desorganizada, brutal, sem nenhum projeto e qualquer cuidado com a população, mostra dois objetivos injustificáveis bem definidos: o desgaste do governo federal - que não soube previamente, não foi consultado nem recebeu solicitação de apoio -, e a formação de vitrine para o próprio governador Cláudio Castro, visando a futura reeleição. Para esses objetivos, a criação do caos e a instituição do vale tudo são apresentadas como demonstrações de coragem; heroísmo; determinação.
Existe uma fala estruturalmente preconceituosa, mas muito vezeira, entre todas as camadas populacionais, que diz: "Nem todo mundo na favela é bandido; tem muita gente honesta e trabalhadora", quando é o contrário; nem todo mundo na favela é honesto e trabalhador; tem muito bandido. Em outras palavras, a grande maioria nas favelas é de gente honesta e trabalhadora, mas a bandidagem domina com armamento pesado, ameaças e ordens. E é com o pensamento estruturalmente preconceituoso que o poder público, via polícia, invade os complexos e favelas, como se gente honesta e trabalhadora fosse minoria, e sendo assim, suas mortes fossem apenas efeitos colarerais insignificantes.
Em um todo, não houve política de segurança pública nessa mega "batida policial", e sim, um projeto eleitoral macabro que visa desqualificar o governo federal, não importa como, porque as pesquisas eleitorais "acendem um alerta". O noticiário continua somando corpos e o governo do Rio de Janeiro mete os pés pelas mãos em suas declarações públicas sobre ter metido os pés pelas mãos nas ações policiais e nas declarações de ontem, sem nenhum respeito aos moradores do complexo.
Pergunto-me se todos os corpos recolhidos são de bandidos, mesmo. Se não há corpos de pessoas trabalhadoras, honestas e simples, que tentaram fugir de suas casas. E se há, o que para mim é muito provável, suponho que não saberemos. Pelo menos com exatidão. Quero ressaltar que a minha preocupação neste momento não é com uma das esferas ou ideologias do poder público. É com os moradores dos lugares em questão.
E me preocupo sempre, com a existência das cabeças e os corações ruins de quem defende a truculência oficial que mata indiscriminadamente. São as mesmas cabeças, os mesmos corações que louvam o genocídio em Gaza e os ataques nefastos dos Estados Unidos a embarcações não verificadas, em águas internacionais. A maioria, cabeças e corações de quem canta "Vem com Josué lutar em Jericó" ou "Caminhando eu vou para Canaã".
Corpos continuam se acumulando e a polícia já dá sinais de que se retira. E como só uma facção foi alvo da operação (que deveria ter sido inteligente, para prender), logo saberemos qual terá sido a troca de comando: se outra facção das muitas existentes ou alguma milícia que assiste a tudo e já se mexe para ocupar o vácuo não ocupado pelo poder público, que entra, mata e sai.
Meus sentimentos às familias dos inocentes vítimas e às famílias dos policiais mortos... e minha solidariedade a todos os moradores inocentes que convivem com a violência diária de onde moram e vivenciaram ontem essa brutalidade. O poder público desorganizado não tem como vencer o crime organizado.
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Imagem: CNN Brasil - aquarelada
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terça-feira, 28 de outubro de 2025
VARIAÇÕES SELETIVAS DE TRATAMENTO
Demétrio Sena - Magé
domingo, 26 de outubro de 2025
sábado, 25 de outubro de 2025
SOBRE OS EXTREMOS
Demétrio Sena - Magé
sexta-feira, 24 de outubro de 2025
CORAÇÃO INCORRIGÍVEL
Demétrio Sena - Magé
quarta-feira, 22 de outubro de 2025
DAS INJUSTIÇAS CONFORTÁVEIS
Demétrio Sena - Magé
segunda-feira, 20 de outubro de 2025
UM ACRÓSTICO EM PROSA
Demétrio Sena - Magé
Beijam as botas, os coturnos e as mãos assassinas de quem os rege. Ouvem ordens das trevas, que dizem ser da luz, e as cumprem das formas mais rasteiras. Ludibriam ou pelo menos julgam ludibriar a verdade; cultuam mentiras; desinformações; truques levianos. Suas mentes afundam, dia após dia, em um lodo sem fim. Os motins e as conspirações contra seus opostos são constantes. Não encontram os motivos que justifiquem tais atos, mas arrombam portas da sociedade. Abrem fendas; feridas em solos alheios.
Roubam sonhos, odeiam, são separatistas, têm cargas imensas e múltiplas de preconceitos. Instituem seus gritos de comando e cerco aos que pensam diferente, seguem outros padrões ou nem têm padrões. São estercos inférteis das próprias histórias inventadas para forçarem a normalização de suas atrocidades.
Têm a gosma do mal sob a casca, os discursos, as pregações e os louvores do bem. Agem sem um sentido humano, civilizado e inteligível para suas ações truculentas, desarvoradas e com base em um leque de fanatismos religioso, político-partidário e grupal (porque social não definiria o contexto). Seguem velhas orientações de sociedades mumificadas, que o mundo moderno julgava extintas; decompostas em idades ultrapassadas do mundo, que ora parece insano, confuso, e do do próprio tempo.
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domingo, 19 de outubro de 2025
DO CRISTIANISMO PERVERSO
Demétrio Sena - Magé
Faz muitos anos que o meio cristão não me comove; notadamente, o meio evangélico. Sempre que uma palavra, um gesto, atitude, olhar ou até silêncio me faz refletir ou mexe com a minha consciência de forma positiva, levando-me a repensar sobre algo, geralmente não é de quem prega ou segue o evangelho.
Posso dizer que, se hoje, alguém me levasse a crer em Deus, seria uma dessas pessoas mais evitadas pelos cristãos, pois, atualmente, as qualidades que mais admiro no ser humano (empatia, humildade, respeito às diversidades étnica, religiosa e de gênero, apego à paz) é o que os cristãos de agora mais condenam como vivências reais, para muito além das palavras restritas aos seus sermões.
A falácia que vem dos templos; as contradições entre o que pregam e fazem; a seletividade baseada nos preconceitos; o quanto condenam, massacram, isolam e odeiam até seus entes queridos que não seguem as mesmas crenças, me assustam. Não me levam a me afastar, pois não seleciono pessoas de acordo com as semelhanças comigo, mas me afastam por força dos cancelamentos convivenciais.
Recentemente, uma pessoa muito querida por mim justificou seu afastamento de quase todos (os que não professam a mesma fé), com afirmações do quanto está "acima das pessoas e dos acontecimentos do mundo". De como a sua espiritualidade a distanciou da própria terra. Classificou a própria "atmosfera" espiritual como algo que a promoveu a um ser de luz superior aos "humanos normais".
Essa ingenuidade arrogante não me comove. Uma soberba mal escondida em olhos contritos. Em palavras maliciosamente brandas de quem pegaria em armas para obrigar o próximo a se converter ao evangelho e, como ato casado, à política partidária de direita, se o seu líder garantisse aos gritos, que foi "Deus" quem deu a ordem. A quem eles chamam de pobres pecadores é que me comovem.
Devo confessar que convivo com exceções (absolutas) desse meio. E por serem exceções em suas formas de viver sem preconceito nem apologias a si mesmos, tais cristãos também estão sendo afastados, cancelados, impedidos de professar. Esses também me comovem. Não me tornam cristão, mas me comovem.
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sexta-feira, 17 de outubro de 2025
VALE TUDO?
Demétrio Sena - Magé
A Raquel é chata, porque é muito "certinha". A Consuelo, "um porre", pois "com aquela honestidade insuportável", denunciou o Marco Aurélio e desfez um esquema de corrupção. O Afonso e a Solange? "Aff; é muita bondade junto; ninguém suporta!". "Que mala, o Sardinha! Esse aí ajuda a todo mundo, é um poço de ética, empatia e solidariedade!". Por outro lado: "Ah, o Marco Aurélio é Franco; a Odete é o que é; o César mostra a cara e a Maria de Fátima não esconde o mau caratismo...". "Esses dizem a que vieram!".
São alguns; apenas alguns dos milhares de comentários na web, sobre o penúltimo capítulo da novela Vale Tudo, da Rede Globo, nesta quinta-feira, que esses típicos comentaristas dizem não assistir e chamam de Globo Lixo. É possível saber, sem margem de dúvida, qual é o grupo que pensa dessa forma, considerando o tom de voz que nos vem à mente. Como dá para entender o amor doentio desse grupo pela figura lamentável que há menos de quatro anos ainda governava (ou será que desgovernava?) o Brasil.
Cada dia menos telespectadores entendem o que é denúncia, o que é fantasia, licença poética ou proposta de reflexão em uma novela, um filme, uma série, uma peça teatral, um seriado. Comentários bisonhos mostram isso. Da mesma forma, cada dia menos pessoas entendem as nuances de um bom livro, um poema, uma boa canção, uma obra de arte (quando leem ou veem). Menos pessoas, a cada dia, fazem qualquer leitura minimamente relevante ou elucidativa do mundo; a contemporaneidade; as atitudes; a vida.
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