quarta-feira, 28 de maio de 2025

AMIZADES E "AMIZADES"

Demétrio Sena - Magé 

Entre dois amigos, os conceitos de amizade costumam ser diferentes. Algumas vezes, conflitantes. Mas quando as diferenças ou conflitos não desaguam em amizade unilateral, nada fere o sentimento nem desata o laço. Amizade unilateral é quando só um se importa com o outro. Só um procura, chama, inclui, dentro de suas possibilidades reais, e sabe que um sentimento sincero sempre tem possibilidades reais. Esse saber é fundamental na manutenção de uma amizade... sem ele, o relacionamento unilateral definha, com o tempo, porque o próprio tempo conspira contra tal critério de envolvimento.

Nas amizades bilaterais, as diferenças de pensamentos não envolvem graus diferentes de amizade. Não sustentam uma amizade maior de um lado, menor do outro. Nenhum dos lados é egoísta, personalista, sonso e traidor. Um lado pode ser esturrão, explosivo, difícil de dar o braço a torcer em questões cotidianas e, até injusto por algum tempo, nessas questões... mas o consenso final é sempre certo. Sempre existem ajustes, considerações e os apelos afetivos capazes de aparar as arestas, sem deixar cicatrizes. O que não ocorre, de modo algum, é a condição de uma amizade ser mantida depois de uma traição; uma "rasteira"; uma sucessão de mentiras graves, atos antiéticos, silêncios e distanciamentos desnecessários de um lado, até que o outro se cansa e silencia, de uma vez.  Afasta-se definitivamente.

Em um todo, é a falta de sinceridade, transparência e franqueza que resulta o esfriamento gradual ou imediato do lado sincero, transparente e ativo da amizade. O mais espantoso é que, depois do fim desse relacionamento, aquele ou aquela que gradualmente gerou o desgaste, o cansaço e a desistência no outro, é quem há de gritar aos quatro ventos que, a amizade acabou porque o outro lado foi incompreensivo. Não foi longânimo. Pior que foi. Só não foi de aço, de gelo ou mármore. O que sempre correu em suas veias foi sangue de verdade. Sangue humano.

Mas, ó: estou separando amizades unilaterais de amizades bilaterais, aquelas em que ambos os lados, com suas diferenças, até gritantes, são iguais em nível, relevância e profundidade.

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sábado, 24 de maio de 2025

"TIÃO", EVANILDO E OUTRAS PERDAS

Demétrio Sena - Magé 

Em poucos dias, este quase fim de maio teve duas perdas que desmaiaram o ano: uma delas, a do Evanildo Bechara. Trata-se de uma perda que empobrece o meio literário e intelectual brasileiro, além de abrir um buraco difícil de fechar, na Academia Brasileira de Letras, que tem ocupado suas cadeiras de formas duvidosas, a meu ver. Uma perda Ípsis Líteres. "Ao pé das letras".

Perda salgada, a do "Tião", o Sebastião Salgado, para o meio fotográfico e o Brasil, como um todo. Ele deixa um legado de muita sensibilidade, reflexão e denúncia, por meio de suas fotografias, quase todas em preto branco. Era sua forma de ressaltar seus alvos, especialmente quando fotografava mazelas e tristezas do Brasil e do mundo. Em ambas as perdas, o empobrecimento da arte, da literatura e da inspiração inquestionável.

Além de Sebastião Salgado e de Ivanildo Bechara, a cultura brasileira tem sofrido grandes e duras perdas, nos últimos tempos. Quem há de costurar esses rasgos? O que há de nascer, de mortes tão significativas? O que há de repor esses valores?

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"TIÃO" E BECHARA


 

quinta-feira, 22 de maio de 2025

JANJA: CIDADÃ DE PRIMEIRA CLASSE

Demétrio Sena - Magé 

Uma das frases mais infelizes que já ouvi, no jornalismo moderno - ou que deveria ser moderno -, veio do âncora que mais admiro, na atualidade. Ao afirmar que "Janja só perde a linha porque o marido permite", César Tralli aderiu à clássica forma de machismo e misoginia mais difícil de combater, porque se oculta no duplo sentido. Quando (e se) alguém disser ao Tralli que ele foi machista e/ou misógino, sua defesa será cinicamente simples: que só se referiu a protocolos de poderes instituídos, e quis dizer que a primeira dama comete ou diz impropriedades, porque o presidente não a orienta sobre os comportamentos e as falas protocolares.

Por outro lado, o presidente Lula foi completamente feliz em sua resposta, não sei se ao Tralli ou a mais comentários desta natureza. Cravou, em redes sociais, que Janja fala o que quer, porque não é cidadã de segunda classe. Tal fala, o presidente poderia repetir em qualquer ambiente, sem precisar explicar contexto algum, porque não contém dubiedade, camuflagem ou esperteza. Janja é uma cidadã livre, independente, uma mulher autossuficiente como tal, que tem direito aos acertos e erros de suas atitudes e manifestações, sendo ou não, esposa de presidente. 

No caso de sua fala, na China, sobre o Tik-Tok, Janja quebrou, sim, o protocolo. Mas aproveitou a melhor oportunidade que alguém poderia ter, de falar sobre os danos causados por essa rede social que tem sido amplamente utilizada para empoderamento da truculência, dos preconceitos mais arraigados e dos ideais perniciosos da extrema direita, especialmente no Brasil. O presidente da China sentiu o impacto das palavras de Janja e afirmou que as autoridades do Brasil podem ficar à vontade para tomar quaisquer decisões pertinentes a respeito do assunto.

Muitas mulheres, inclusive ligadas à esquerda política, e por isso defensoras do empoderamento feminino e seu lugar de ação e fala, vêm criticando a primeira dama, por sua liberdade, justamente nesse campo. Elas concordam que Lula deveria cercear e mandar Janja "calar a boca". Mantê-la na linha, sem arroubos de protagonismo, porque "o astro é o seu marido; não ela". Sobretudo, nosso complexo de vira-latas traumatizados com pedradas e chutes do primeiro mundo parece exigir de todos nós, o medo perpétuo de falar grandes verdades... e das mulheres, a perene avaliação prévia dos homens, de seja lá o que for que dirão em público. 

Isto não é sobre a primeira dama. É sobre a mulher, na sociedade contemporânea. 

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terça-feira, 20 de maio de 2025

PACTO

 


SOBRE OS "DONOS" DO BEM PÚBLICO

Demétrio Sena - Magé 

Ao "decretarmos" que um espaço público aberto... "é publico!", para justificarmos uma possível utilização particular, sem nenhuma solicitação formal prévia para liberação desse espaço, somos totalmente arbitrários e contraditórios. Afinal, tornamos privado o que é público e suprimimos para todos mais, o direito de ir, vir e utilizar.

A rua, por exemplo, é pública. Todos podem transitar, sentar em uma calçada e até ficar no meio dela, em pé, olhando para o céu. Mas ninguém pode cercá-la para um evento, sem antes recorrer ao setor de ordem pública do município, para consulta prévia de viabilidade sobre dia, horário, som, trânsito, natureza do evento e muitas outras questões. Isso, todos podem fazer, utilizando critérios lineares estabelecidos pelo poder público. 

Fazer obras na rua, na calçada ou em uma praça; pôr barricadas e quaisquer outros impedimentos, para dificultar acessos... desmatar para qualquer fim, as áreas públicas de preservação ambiental... invadir escolas públicas (ambientes sempre desrespeitados pela população) para realizar atividades não agendadas, tudo isso é proibido. É privatizar arbitrariamente o público; tomar para si, como pessoa ou grupo, definitiva ou provisoriamente, o que é de toda a população. 

O que me deixa intrigado, é que essas pessoas arbitrárias, truculentas e "brabas" que usam ruas, calçadas, praças, escolas e outros bens públicos, como seus, não invadem também, delegacias, fóruns, áreas ambientais vigiadas e quartéis. Esses espaços também são públicos, mas neles, os mesmos trogloditas miam.

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domingo, 18 de maio de 2025

SENTIMENTO DE EXCLUSÃO

Demétrio Sena - Magé 

Meu sentimento de exclusão é algo inexplicável. Isso me deixa em conflito, porque não é só um sentimento, eu sei, no mais mais profundo em mim... mas não consigo apontar os atos em derredor, que fazem me sentir excluído. Só me sinto e calo, porque no contexto e na ambientação do meu sentimento, é sábio não agir. É prudente me calar. Prudente, neste caso, chega a ter o sentido de bom "pro dente".
Quando criança, eu tinha muita facilidade para ser "curto e direto" sobre meu sentimento contínuo de exclusão. Afinal, todos eram curtos e diretos nos motivos contundentes que me davam para sentir-me assim. Ninguém tem medo nem se constrange de fazer uma criança ou um adolescente chegar à conclusão de que não lhe cabe nenhum pertencimento em um grupo, ambiente ou clã. É fácil fazer isso, onde os outros também fazem.
Excluir um adulto perceptivo, conhecedor básico do sentido da exclusão, é mais complicado. Especialmente nestes tempos de tantos discursos e algumas leis anti-exclusão. Até nos ambientes familiares, onde geralmente ninguém aciona judicialmente ninguém por preconceito, exclusão, separatismo, as pessoas têm cuidado. Não sabem quem assumiria com elas os próprios atos impulsionados pelos mesmos sentimentos que todos veem como vilania, no outro.
Conheço desde cedo, externa e internamente, a exclusão. Externamente, há casos em que a lei resolve, se valer a pena, depois dos constrangimentos. Internamente, não, porque a presunção do afeto em torno, apesar da exclusão, aciona o meu afeto. E como tudo o mais também fica no campo da presunção, pois em tudo há uma linha tênue que gera dubiedade, resta o sentimento questionável de exclusão. 
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quinta-feira, 15 de maio de 2025

BOLSONARITE CRÔNICA

Demétrio Sena - Magé 

Sou um ateu contrito... que ora pelos cristãos brasileiros. Peço, não exatamente a "Deus", mas ao cosmo, para curá-los dessa doença terrível que vem destruindo a cristandade própria do cristianismo; evidentemente, observadas as exceções.

A bolsonarite crônica é uma patologia grave... faz amar a ignorância, praticar a truculência, entupir a alma de preconceitos, criar ou multiplicar mentiras, prejudicar e banir quem não pensa igual nem comunga com atos terríveis de protagonismo repressor... com a junção religião/política partidária, que tem por finalidade o domínio; a inquisição; o poder absoluto... a (tali)banalização da violência em nome de "Deus" e do Estado. 

Quem sofre de bolsonarite crônica pensa que não sofre. Pensa estar "com a bola toda" e "mete o pé na jaca" para conquistar novos doentes e "acabar com a raça" dos que não adoecem. Para isso, até utilizam vermes como o malafaiares lumbricóides, entre outros, presentes nas m&rdas que eles fazem, de norte a sul do Brasil.

Realmente oro pelos cristãos. Neste aspecto, sou um ateu de fé. Oro ao cosmo. Isso quer dizer que não sou o tal do "ateu graças a Deus"... bordão sem graça, utilizado para desqualificar o ateísmo, quando não é possível apedrejar os ateus.

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quarta-feira, 14 de maio de 2025

A LUA E SEUS AMANTES

 

Demétrio Sena - Magé 

A lua é o eterno clichê dos poetas, fotógrafos e namorados. Aos olhos comuns, é sempre a mesma, em suas únicas quatro poses... ou fases estáticas, até a próxima mudança em sua solidão no deserto celeste noturno... algumas vezes matinal... outras vezes crepuscular... mas sempre a mesma.

Fotografar os desempenhos lunares é ato repetitivo e de pouca originalidade, se não explorarmos o cenário de um céu semi-nublado, por exemplo... pois as nuvens, sim; essas nunca são iguais. Ou se não aproveitarmos interferências terrenas como torres, árvores, postes, insetos ou pássaros noturnos que a "cruzam"... quem sabe até trabalharmos sobreposições com outras fotos também autorais.

Não sendo assim, fotografaremos as mesmas poses lunares que já infestam a web. Isso nunca será plágio, se realmente a fotografarmos; porque a lua, tanto quanto a rua, é pública... mas é de pouca originalidade, simplesmente apontarmos para ela e dispararmos o velho clique precipitado.

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domingo, 11 de maio de 2025

LUA INTERROMPIDA

Demétrio Sena - Magé 


Não há tempo capaz de calar a saudade;
uma falta que nutre um buraco sem fim;
como sei que viver é missão nos imposta,
digo sim ao caminho e faço meu melhor...
Mas não há um só dia sem saudade sua,
na certeza do tempo que não foi bastante
para vermos a lua com todas as fases,
após todas as fases de tantas vertigens...
Foram poucos os anos de colo tardio; 
sem aquelas corridas por sobrevivência,
contra o frio, a doença e a fome total...
Seu amor foi o mundo que valeu a pena;
foi a nossa vontade maior de vencer 
e viver por mais tempo nossa lua nova...
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sábado, 10 de maio de 2025

INQUIETAÇÕES LEIGAS SOBRE A BIPOLARIDADE

Demétrio Sena - Magé 


Entendo e respeito a bipolaridade no seu aspecto não massificado. No aspecto que não virou moda (dizer poucas e boas quando quer, depois virar anjo; ser gentil agora e daqui a pouco agredir, sem nenhum peso na consciência; perder a consciência... amar e odiar, fazer o bem e o mal como quem troca de roupa).

Tenho como certo, que bipolaridade causa variação de humor: alegria e depressão num piscar de olhos; tensão e calma; medo e coragem, pontuais ou vertiginosos. Mas não causa variação de personalidade nem de caráter. A pessoa não é ora vilã, ora "mocinha" ou "mocinho". Bem educada agora, sem educação logo depois... honesta e desonesta, boa e má, gentil e perversa, capaz e incapaz de amar e ter bons sentimentos. 

Não acredito em bipolaridade calculista, planejada, utilizada como vingança e afago, a depender da carência ou não carência do momento. Bipolaridade não é manipuladora e a pessoa nem tem esse controle, pois é bipolar; não psicopata.

O laudo de bipolaridade não pode ser uma "carta branca" para quem deseja romper com os compromissos de afeto, ética e bom senso, pois o bipolar não é incapaz mentalmente... nem com as suas prerrogativas de responsabilidade social e humana... ou com a intenção de ser sempre acolhido, respeitado, e só acolher e respeitar quando lhe "der na telha".

Não tenho formação em área que diagnostique. Só vivência e observação para intuir que a bipolaridade é interna. Extravasa, sim, é sentida pelo outro, mas não de formas intencionais e má fé. O bipolar não é um psicopata; porém, um psicopata pode ser bipolar. Aí sim, ele usará o diagnóstico, não como bipolar, mas como pessoa de mau caráter; personalidade manipuladora e perniciosa.

Posso ter dito um monte de incoerências... fazer o quê? Só espero que o possível texto incoerente seja bom o bastante para fazer entender minhas inquietações leigas com o assunto.
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sexta-feira, 9 de maio de 2025

LADRÕES DE TALENTOS

Demétrio Sena - Magé 

Aspas não bastam. Elas indicam que o texto (prosa, verso, letra de música...) ou fragmento não é seu, mas não honram autoria. Como muita gente não sabe a razão das aspas, vejo má fé na citação escrita e oral, pois a pessoa conta com isso para passar como autor(a) perante quem ouve ou lê, e por outro lado, defender-se dos possíveis flagrantes: "Ué; mas eu pus as aspas!".

Qual é o problema de muita gente, com a citação de autorias ou do franco desconhecimento delas, com a citação 'autor desconhecido'? Alguém acha mesmo que autores e autoras, ainda que não saibamos quem, não merecem isso? Será que uma pessoa fica realmente satisfeita, em seu íntimo, quando alguém elogia "sua obra", que não é sua? Não há nenhum desconforto em seu ego fraudulento, ao ocorrer isso? Não consigo ver ingenuidade ou descuido em quem não respeita o que é do outro; seja esse outro, famoso, desconhecido ou incógnito.

Nestes tempos, fala-se tanto em mérito, e no entanto, em algo tão simples esse mérito é sonegado por quem deseja "méritos desmerecidos". Ganhar louros (muitas vezes até dinheiro e troféus) com o talento alheio não tem outro nome, para mim. É mau caratismo que os velhos truques como aspas, camuflagens (o plágio) e outros recursos não têm como disfarçar. 

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terça-feira, 6 de maio de 2025

HONESTIDADE FORMAL

Demétrio Sena - Magé 

Tem gente "toda certinha" com os impostos devidos ao governo, mas toda errada com pessoas comuns a quem deve desde nem sabe quando. Que sempre foi fiel com as mensalidades do clube que frequenta; entretanto, é desonesta com a pessoa que lhe vendeu algo de uso pessoal porque precisava de um dinheiro extra em poucos dias.... e continuou precisando.

Há muita gente incapaz de fazer um "gato" na sua energia elétrica, o que é muito bom... mas não tem qualquer drama de consciência por dar pequenos golpes que representam grandes prejuízos a amigos, alguns afetos ainda mais próximos e até estranhos casuais. É fiel com o banco e sempre deixa quem precisa para depois e depois. Nunca deixou de pagar religiosamente o dízimo em sua igreja, porém jamais socorreu um semelhante necessitado, nem de suas relações mais estreitas. 

Conheço gente que jamais prejudicaria o patrão nem a empresa na qual é funcionário... por outro lado, prejudica sem nenhum drama os colegas de trabalho, muitas vezes para obter benesses e privilégios do patrão. Tem o nome limpo no SPC, no SERASA, nas outras instituições sócio-financeiras, e tem nome sujo com as pesssoas à volta.

É o tipo de gente que só é gente na formalidade. Só é correta quando prevê consequências. Respeita CNPJ, só porque aprecia manter a fachada para não se sabe que ou quem. Mas menospreza CPF, se não for o seu, porque acredita que nenhum CPF alheio é necessário para sua lavagem de falsas austeridade e cidadania.

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segunda-feira, 5 de maio de 2025

VOLTE PRO MUNDO

Demétrio Sena - Magé 

Perdeu aquele sorriso espontâneo; a simpatia que a todos cativava. Já não sorri. Só ri. E quando só ri, fica entre o riso espremido, repetitivo e o só riso exagerado e nervoso. Afora o grupo uniforme que segue com fervor doentio, todo mundo é mau, se não for do meio. Esse preconceito extremo tirou o brilho de seus olhos. E a liberdade para pensar, sentir e viver sem "orientação superior" ficou suspeita e perigosa. Melhor nem tentar. 

Cultura, se não for específica do seu meio, não presta. A sociedade "cá fora" está toda contaminada, segundo as orientações que recebe. Merece viver, "comprar, vender, casar, dar em casamento, ser influente na sociedade"... ou ter o sinal da besta, só quem segue a mesma cartilha. Perdeu-se, pelo medo incutido, de se perder. Converter-se ao evangelho de forma tão equivocada, foi o fim de quem se deixou levar, com tanto pavor, pelos mitos do arrependimento por ter nascido e vivido até então.

Volte pro "mundo". As nuvens onde você vive são de fumaça tóxica e matam sua essência. Pessoas de verdade aguardam seu despertar para uma realidade vencível... sem exércitos sobrenaturais e utopias do "poder do alto" para compensar o quanto você virou usufruto dos golpes baixos de líderes religiosos unidos aos poderes político-partidários, para dissecação do seu eu, em nome de um nós espinhoso e cheio de nós. 

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