sexta-feira, 18 de novembro de 2011

ABAIXO OS ABAIXO


Chego a me condoer de pessoas que não resistem aos ajuntamentos e ocupam largos, participam de passeatas e protestos contra a violência, em favor da paz, exigindo-as das autoridades. Não sabem que perdem tempo e "dão uma força" inconsciente a políticos e aspirantes que só atuam na manutenção ou conquista de seus cargos.
Violência crescente, protestos também, que só tendem a se multiplicar. Isto revela o quanto são inócuos para o objetivo declarado, servindo apenas aos propósitos ocultos tanto dos políticos quanto das ongs, que arrebanham milhares de voluntários, enriquecendo meia dúzia de espertalhões que garantem fortunas do governo para brincar de fazer pirraça.
Como tais caminhadas viraram modas, vieram muitas outras: Contra o câncer, o desemprego, o analfabetismo, a fome... Todas encabeçadas por figurões do poder (contra os quais deveriam ser os protestos, e às vezes finge-se que são) e das ongs (que, no fundo, consomem grande parte dos recursos oficiais que poderiam resolver tantos problemas como esses).
Nossos governantes - que sabem disso - lavam as mãos... Talvez porque nesses expedientes, muito dinheiro indevido seja lavado. Lavam e abrem as mesmas mãos que se fecham para medidas de real necessidade social; para reajustes salariais dos servidores mais sacrificados; para a construção de um país melhor, bem como estados e municípios.
O que era do povo - a livre manifestação contra os causadores de injustiças - é algo bem diferente hoje, manipulado por uma máfia boazinha que leva os louros e os ouros, envolvendo a massa. Existe uma indústria de protestos combinados entre as partes que lucram e permitidos aos escravos - os voluntários - que perdem tempo e com o tempo perdem as esperanças.
A violência não é um ser que fugirá temendo as passeatas... O câncer também não é... Muito menos o analfabetismo e a fome... Quanto à paz, ela não é um produto da qual as autoridades encherão caminhões e distribuirão aos manifestantes que a exigem publicamente.
Existem formas mais livres, inteligentes e específicas, também menos cansativas e espalhafatosas de protestar. Uma delas é desprezar as caminhadas e outras manifestações puxadas exatamente pelos políticos, as ongs, alguns ricos desocupados – ou ocupados em aumentar seus patrimônios com a miséria e a tragédia alheias.
Outra forma eficaz de protesto é não pôr nem repor no poder aquelas pessoas que vivem de furtar prestígios, manipulando movimentos de massa. Enganando o povo com cestas básicas e outros assistencialismos baratos e passageiros, e tiros nas favelas. Identifiquemos quem trabalha pela cidadania popular e quem apenas engana com esmolas, barulhos, discursos, ajuntamentos... Hipocrisia.
Abaixo a onda dos abaixo isto, abaixo aquilo, sempre indo por água-abaixo. E abaixo os “donos do pedaço”, cada vez mais em cima... Inclusive dos palanques. Dos coretos. “Da carne-seca”. 

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