domingo, 20 de novembro de 2011

VIVER OS OUTROS


A cada vez que você arvorar um novo conceito, não se deixe levar por si em primeira instãncia. Procure refletir sobre o próprio conceito, para ver se é conceito próprio. Ou se alguém já conceitualizou por você e deu tudo pronto à sua preguiça de pensar e promover conclusões inéditas e bem embasadas.
Aliás, se este for o caso nem faça nada. Você não tem mesmo como fazer algo... Nem o que fazer, em um mundo que a cada dia gira com vertiginosidade maior, deixando para trás os lerdos de caráter, senso e personalidade. Os que se deitam à sombra de conceitos, idéias, opiniões e prismas alheios, esperando cair a esmola de um fruto excedente ou temporão já mordido por pássaros, ratos ou morcegos. 
Tenho pena dos que resumem a vida a uma teimosa e ininterrupta fileira de paráfrases prismáticas, comportamentais, ideológicas e de qualquer outra natureza. Fazem isso como quem esquece o mundo à volta, roncando sob uma árvore frondosa, enquanto o tempo passa e o torna ultrapassado.
Quem vive os outros não vive exatamente a vida. Vive papéis ridículos e simplórios, na ilusão de que o faz em grande estilo. Entretanto, quem olha um pouco mais profundo sabe perfeitamente que, um infeliz como esse, na verdade nem tem estilo.

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