segunda-feira, 28 de novembro de 2011

DISTÂNCIA

Meu olhar sem retina, boca desdentada
neste conto sem fada, música sem nota,
galhos nus esperando pela primavera,
uma gota sonhando ser o mar aberto...
Sou tomada inativa na parede velha,
borboleta no asfalto; garça no metrô;
cigana sem tarô, sou manequim despido
na vidraça da loja que foi à falência...
Navio na Saara, rosa no granito,
grito que se acoberta no lençol da noite,
quando nenhum ouvido fica de plantão...
És o sol da manhã que nunca mais nasceu,
meu sapato na moda quando falta o pé,
minha fé sem um credo que rabisque um deus...

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