quarta-feira, 30 de novembro de 2011

URUBUS ADEQUADOS


Nossos gestos de caridade maciça, "à moda Não sei o que lá Esperança" não residem no amor aos que precisam. Moram mesmo é no amor aos astros e às estrelas televisivas. Quase sempre não pensaríamos em ajudar, se não fosse por esses detentores da obediência e do fanatismo das massas.
Pode ser que o segredo esteja também no nosso preconceito. Se ajudássemos diretamente teríamos contato direto com os adolescentes e crianças marginalizados dos quais queremos distância, tanto quanto os ídolos, que fazem tudo com muito profissionalismo, mas delegam a outros, de mundos mais próximos aos submundos da pobreza extrema, o descarrego do que sobra da catação. A prestação de contas das rebarbas que chegam ao rodapé dos últimos contemplados, que nas propagandas são os primeiros.
Todos têm sobre a cabeça os urubus adequados aos seus dramas. O que nem todos sabem é que os urubus são urubus; não os arcanjos de que se trajam para tirar vantagens em prestígio, fama, poder e mais riqueza, forjando ações sociais de alcance fraudado. Muito aquém do que alardeiam. Às vezes, de alcance zero.

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