domingo, 22 de abril de 2012

GOZO EREMITA

Solitário me caço entre a selva do quarto,
sem ligar prá beleza do quarto-crescente
que me chama lá fora num céu de viscose;
numa dose mais própria de sonho e romance...
Em um gozo eremita imagino seu corpo;
sua casca, seu carpo, a polpa suculenta;
suas ventas fogosas fungando em meu ombro;
meu assombro feliz por tamanho prazer...
Poderia sair, me tocar no quintal,
derramar os meus uivos no pano da noite,
rechear a penumbra de lavas e odores...
Mas a lua está frágil pra minha explosão;
prá fusão de sentidos que agora me tomam
e me fundem ao cio pra sermos um só!

Nenhum comentário:

Postar um comentário