terça-feira, 3 de abril de 2012

SOBREVIVÊNCIA MESQUINHA

Com o crescimento vertiginoso da corrupção, da violência, do preconceito e da exclusão social, acabaram nosso espanto, indignação e repulsa. Se hoje temos medo, não é mais da deterioração ou do extermínio da humanidade como um todo. Nosso medo é egoísta. É apenas do que possa acontecer a nós próprios e aos nossos entes queridos. Por isso nos acomodamos com grades, condomínios, alarmes, circuitos internos, cacos de vidro nos muros, seguranças pessoais ou cães ferozes no quintal.
Pelo egoísmo e a acomodação que nos marcam, não denunciamos a covardia na casa ao lado. A bandidagem na esquina. O abuso sexual contra o filho, a filha da vizinha ou ela própria. Vemos como atitudes apenas incorretras e sem muita gravidade, os atos criminosos dos nossos políticos, desde que não nos atinjam diretamente. Ficamos sempre passivos perante os desvios de focos pela imprensa, quando lhe é conveniente ou lucrativo acobertar algo.
Fazemos o mesmo, ou deixamos de fazer o que devemos, perante a exploração de menores, a pedofilia e tudo o mais que torna a sociedade cada vez pior. Vivemos neste planeta, que é nosso, como se fôssemos extraterrestres e não tivéssemos nada com isso. Em suma, tudo está como está porque resolvemos cruzar os braços. Resolvemos não resolver. Queremos sobreviver e pronto.

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