Demétrio Sena, Magé – RJ.
Apregoa-se aos quatro ventos a velha
e boa tolerância, porque isso já é alguma coisa para que se garanta um convívio
socialmente aceitável, seja na família ou na sociedade externa. E também porque
o amor, embora seja um mandamento e uma prerrogativa de convivência pacífica e
saudável, não é um dispositivo que atende naturalmente ao frio comando
religioso, jurídico e social dos mandamentos, leis e prerrogativas.
Mesmo assim, que o genérico seja
estabelecido. Que as pessoas ao menos se tolerem como sinônimo improvisado e
transversal de amar. Um dever cívico de assegurar a paz, por tratado e
assinatura. Façam o bem ao próximo ou pelo menos não façam o mal, mesmo que
seja só por obediência; interesse religioso; temor da lei do retorno. O que não
é de livre natureza e precisa existir para sobrevivência do ser humano, tem
realmente que ser lei; mandamento; engenho de convivência social.
Ninguém precisa ter drama de
consciência por não amar a quem acha que deveria. Nem por amar menos; ter sua
preferência entre duas ou mais pessoas que merecem o mesmo sentimento; na mesma
medida. Forçar afetos, treinar emoções, traçar metas sentimentais não tem como
funcionar. Neste caso, estabeleça dentro de si o bom senso; a imparcialidade; a
razão que lhe garanta o senso de justiça quando precisar decidir sobre o que
fazer numa bifurcação de cunho social ou familiar.
Responsabilidade já é quase amor.
Não substitui, mas recapeia. Remenda. E se você não tem amor, mas tem bom
caráter, tudo se resolve bem a contento, pois o bom caráter sempre garantirá
suas boas escolhas. O seu perfeito juízo para tolerar; entender; ter consciência;
usar a própria razão até para dar ou não razão, sem cometer injustiça. No fim
das contas, tudo se mistura de modo a ser amor. Ainda que por cidadania.
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