quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

PELO QUE SOU

Demétrio Sena - Magé 

Os disparos maciços dessas mensagens natalinas e de ano findo, que muitas vezes nos atingem (afinal são maciços), não desmancham possíveis anos inteiros de frieza, indiferença, separatismo, julgamento e preconceito. Especialmente se tudo isso é causado pela religiosidade predominante no país, que, da boca para fora prega o amor incondicional, como deveria mesmo ser. O livro sagrado que, supostamente rege tais fiéis, é utilizado apenas nos fragmentos de textos que lhes dão destaque tão favorável quanto fácil.

Asseguro que as mensagens pessoais diretas, os estilhaços dos disparos maciços e declarações ou gestos pessoais dos que me tratam com afeto sincero, de janeiro a janeiro, recebo com carinho e gratidão. Não pelo momento específico, mas pela convivência diária ou pontual que me mostra quem é quem, não importa o dia de qual mês. Sobre meus silêncios e o recolhimento em fim de ano - quando posso -, peço a todos que me perdoem pelo agora; pelo que não estou... e continuem me aceitando pelo sempre... pelo que sou.

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quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

AS TRAJETÓRIAS DO ESTUPRO

Demétrio Sena - Magé 

Em minha infância, o estupro era tolerado pelas leis do país. Pela sociedade machista em que vivemos, era e continua sendo visto com certa normalidade. Deixemos os estupradores mais temidos, os que arrebatam as vítimas, agarram pela força bruta e direta e falemos de outros. Aqueles cujo perigo tem uma capa de confiabilidade. Estupradores que se julgam homens de bem e cometem o crime com auras de consenso (armadilhas de ambientações e gentilezas que anulam os previsíveis nãos; embriaguez proposital do alvo e recusa da resposta negativa, com ameaças veladas a quem, supostamente, fez pensar que cederia na hora crucial). 

Uma mulher que, por exemplo, compra o discurso de um homem que lhe cobra disfarçadamente por um investimento que tenha feito com camufladas intenções sexuais, é estuprada por constrangimento... ou por medo de não ceder, quando já se percebe em uma situação de perigo. O pior cenário de um estupro a caminho é justamente o mais elaborado; com maiores requintes e gentilezas; com maior aparato de atitudes mansas e acúmulo de supostas razões para que a futura vítima lhe seja grata e se veja em um beco sem saída.

E nada impede que os "estupradores bonzinhos" se tornem altamente agressivos, na hora do "quase". Para eles, machistas que são, é um "desaforo" serem recusados sexualmente, naquele momento em que já tinham como certo o fechamento de seu projeto com a "caça". O brio ferido de um estuprador em potencial é capaz de cegá-lo. Muitas vezes nem ele sabe que é uma pessoa tão truculenta e perigosa, até o momento em que age dessa forma.

Depois de tanto empenho para cumprir o intento, e com tamanha tensão que lhe tira o tino... tudo isto somado ao caráter oculto, que é mau, não raramente um homem que assim procede comete, além do estupro, desatino maior, para se livrar das consequências. Se as potenciais pré-vítimas, em tempo hábil, conscientes do país em que vivem, fossem mais observadoras com os homens, especialmente os com excesso de gentileza e tentativas, mesmo diante das recusas, haveria bem menos estupros, truculentos ou não... e bem menos feminicídios. Sim. Feminicídios. Mulheres são assassinadas por esses "perfeitos cavalheiros", porque são mulheres.

A motivação deste texto é o dia a dia das mulheres brasileiras que ousam ter o direito de ir e vir, nos espaços que são de todo mundo, mas que o machismo demarca como seu território e por isso trata essas mulheres como estupráveis. Os que não "agarram", criam todas as formas de conduzir suas presas a um sim que não seria sim, se não fosse o aparato de chantagens em série. Ou se não fosse alguma armadilha sorrateira.

Orientemos nossas alunas e alunos vulneráveis. Nossas filhas e filhos vulneráveis. Crianças, adolescente e jovens sem experiência para entender profundamente as intenções ocultas de muitos. Professores, pais, amigos experientes (os de boa fé), vamos orientar na observação do mundo e dos homens que cercam seus alvos como hienas que sondam caças em busca do melhor momento para o abate. 

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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

A TRAJETÓRIA DOS PRECONCEITOS

Demétrio Sena - Magé 

Fiz muitos poemas e textos em prosa que hoje não faria, com a pretensão de conscientizar sobre o racismo. Acho agora, que todos aqueles poemas eram racistas. Também fiz muitos textos que, pretensamente, fariam refletir sobre o machismo. Usei até palavras de um cavalheirismo protecionista que atualmente julgo medieval. Fui machista. Homofobia, mesmo quando não se chamava homofobia, preconceito religioso e tantos outros, tudo isso passou pelas minhas canetas e teclas. Atualmente, seria preconceituoso republicar tais escritos.

É que todas as formas de preconceito evoluem. Ao mesmo tempo, as formas de combater preconceitos, pensar e verbalizar sobre eles precisam evoluir. Mais ainda, nossas formas de antipreconceito precisam ampliar horizontes e nos induzir a novas posturas sociais. Os textos de todos os escritores; as músicas, pinturas e outros desempenhos de todos os artistas, nessa direção, foram válidos em seus tempos. Foram. Hoje capengam, porque o mundo, com novas identidades, inclusive de gênero, exige novas mentalidades, sensibilidades e consciências. E o racismo, que é o pior e mais resistente preconceito, exige ainda maior avanço da sociedade.

Tenho rasgado páginas de alguns livros que lancei, porque os novos tempos tornaram ridículas essas páginas. E todos nós precisamos rasgar muitas; muitas páginas não só de livros, mas também da vida e da sociedade, para sermos um mundo conectado consigo mesmo e com a realidade que ora nos cerca. Realidade essa, que logo será também obsoleta; o que exigirá, mais e mais, novos avanços humanos; civilizatórios.

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quarta-feira, 6 de novembro de 2024

QUEM SOMOS NÃO ADOECE

Demétrio Sena - Magé 

A mudança de humores está no contexto da bipolaridade. Não sei dizer se é só isso, pois não sou especialista, mas está no contexto; isso eu sei. Alegria neste momento e no seguinte a tristeza, do nada. Destempero agora, calma depois... e sentimentos de alta e de baixa autoestima, que se alternam. Mas essa variação de reações não interfere no que somos; em nossa essência ou nosso caráter. 

Quando, no entanto, alternamos bondade com maldade... malícia com inocência... carinho com frieza... empatia ou solidariedade com egoísmo... amor com distanciamento e o desejo de estar perto de alguém com repulsa (não confundo com a necessidade ou o desejo pontual de estar só, que todos nós temos), essa variação é de personalidade ou caráter. Somos alguém agora e outro alguém depois. As pessoas nunca saberão quem seremos (ou estaremos), quando voltarem a nos ver.

Sou compreensivo com os bipolares, mas não com os de personalidade ou caráter variável; duvidoso. Não falo de bom ou mau caráter; não julgo a tal ponto... mas do caráter que não se define; da personalidade que deixa em dúvida e torna impossível conviver. Ou nos faz lançar mão de contorcionismos comportamentais, para suportamos tanto a convivência com o outro quanto com nós próprios.

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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

DESMITIFICAR AS MÃES

Demétrio Sena - Magé 

Precisamos nos permitir humanizar as mães ou suas memórias em nosso imaginário e nas nossas falas. As mães erram. Todas erram. Erram muito. Na verdade, além de mães elas são (ou foram) mulheres. Além de mulheres, seres humanos. Por melhores que sejam ou que tenham sido, elas têm seus históricos de preferência filial, se há mais de um filho; de superproteção, se tem filho único; de muitas injustiças, em julgamentos de qual filho começou uma contenda e qual é o mais inteligente, ajuda mais ou merece os maiores cuidados seus.

É preciso entender que mães blefam; xingam ou pensam xingamentos... elas também desejam alguém que não entenderíamos e têm manias secretas, como nós temos. O passado? Ah... ninguém queira vasculhar o passado da própria mãe, nos detalhes. Ela pode até parecer um suave livro aberto, mas a partir da página conveniente para si mesma e seus rebentos. Pode não ter feito nada demais; no entanto, para o que os filhos esperam das mães, tudo é demais. Tudo tem a gravidade própria de qualquer olhar filial, por sua parcialidade.

O admirável na mãe... admirável, é o conjunto: a transformação em fera, para proteger o filho; o amor sem limite que se revela nas renúncias pessoais necessárias pelos rebentos. Nas vigílias, quando a cria está em perigo, adoece ou sofre uma decepção. Em todos os momentos nos quais A MÃE precisa sublimar a mulher; o ser humano. Aí se afigura o valor materno, mas "peraí": nada impedirá seu retorno aos vícios, erros e fragilidades pessoais. É ilusório e injusto seguirmos impondo às nossas mães essa imagem de perfeição, fortaleza e santidade....   ...   ...

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segunda-feira, 21 de outubro de 2024

O CAMINHO LARGO DO CRISTIANISMO CONTEMPORÂNEO

Demétrio Sena - Magé 

O sentido de se converter é se "tornar uma nova criatura", como a todo momento é repetido no meio cristão, do qual trato nestes escritos. Conversão é transformação. Mas isso é muito; muito difícil, mesmo, porque o ser humano... bem; o ser humano é o ser humano. Esta é a razão de o convertido "customizar" o evangelho em sua vida; seu meio; sua corporação. Daí nascem o rock gospel, baile funk gospel, carnaval e outras festas consideradas profanas pelos evangélicos, que as incorporam em seu meio, depois de torná-las gospel. As imitações do "mundo", como eles classificam, seguem no consumo da cerveja sem álcool, por exemplo, e não sei até quando não cederão ao cigarro e outras drogas, depois de criarem variações e declará-las gospel.

Tudo isso, para tornar fácil ser cristão, notadamente evangélico. Para eliminar os desafios da fé professada e ter um caminho mais largo a seguir. A compensação dessas concessões é forjada nos preconceitos contra outras religiões e seitas, na homofobia, na militância contra questões sociais conflitantes e um machismo exacerbado não apenas dos homens, mas também das mulheres contra si mesmas. De resto, a valentia (como no famoso oito de janeiro), para convencer a sociedade com o seu conservadorismo em assuntos que apenas empoderam o grupo, sem nenhuma utilidade para o país. Em um todo, a meta é tornar confortável a conversão e competir com o mundo. E para ganhar a competição, redobrar os preconceitos contra o que ainda for "ingospelizável", somando a isto a proliferação de seus líderes em cargos políticos de todas as instâncias, via eleições e indicações pelos influentes do meio.

Nenhum político ligado ao evangelho e posto no cargo em razão disto atua por uma sociedade justa, igualitária e democrática, e sim, por uma exclusividade repressora. Uma predominância em defesa dessa pecuária social, cujo rebanho lambe os beiços com a suposta "moleza" que é ser cristão/evangélico nestes tempos em que são maioria, têm as portas abertas, o caminho largo e um vergonhoso "fechamento" com todos os poderes terrenos, em nome da inquisição versão século XXI. Os evangélicos, oprimidos por algum tempo, sempre sonharam ser opressores e, pelo visto, agora realizam esse sonho. Este texto não faz menção aos raros fiéis realmente convertidos, porém perdidos e assentados nas rodas contemporâneas dos escarnecedores.

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domingo, 20 de outubro de 2024

PARA DIZER NO SUPOSTO DIA DO POETA

Demétrio Sena - Magé 

Sinto muito pelas pessoas com quem tenho proximidade, mas que temem respingos das consequências de conviver comigo, em razão de meu poetar contundente. Minha poesia, mesmo quando romântica, protesta contra injustiças sociais. Eu até poderia ser menos expressivo e silenciar, dentro do possível, mas isso não adiantaria muito. Na verdade, não adiantaria quase nada. Como não adiantaria minha presença ser discreta, obscura e, minhas participações em saraus e outros eventos, quando se descuidam e me convidam, serem rasas e fugazes. Mesmo em silêncio absoluto, meu olhar expressa indignação social; minha expressão facial é combativa; cada gesto meu é polêmico; até a minha respiração protesta contra injustiças, desigualdades, hipocrisia, selvageria capitalista, preconceitos e obediências servis; civis ou não.

Nunca fui ajustável nas minhas vísceras, na postura natural nem nos sorrisos, que nunca se abriram espontaneamente para quem representa oportunidades de quaisquer naturezas. Mesmo quando romantizo, eu sou um poeta que brada pelos poros e denuncia nos poemas de amor. Realmente não tenho como me ajustar nem fazer com que se ajustem à minha inquietação. Para mim, as relações corporativas, sociais ou de afeto não precisam ser entre pessoas iguais, mas entre pessoas que se veem e se recebem com igualdade. Não com ajustes, mas aceitação espontânea, livre, sem nenhum preconceito... nem o velho (e mau) preconceito educado e assistencialista dos que olham por cima feito senhores e senhoras de engenho que tratam escravos com "fineza", mas não abrem mão do andor, da estampa nem do título senhorial. 

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sexta-feira, 18 de outubro de 2024

"AMORRR"

Demétrio Sena - Magé 


Eu gostava do amor com vários "érres"

espalhados nos muros, viadutos,

mas os brutos de finos gabinetes

não olhavam pra ele de bom tom...

Senso assim, não fizeram qualquer lei

que fizesse do amor, da gentileza

a beleza de ofício e tombamento,

pra não ser esquecida pelos olhos...

E dos olhos, direto ao coração,

para quem se permita olhar e ver,

dar à sua emoção essa esperança....

Era bom esse oásis no tumulto;

um insulto pros réus da correria,

todos presos nos "érres" do "rancorrr"...

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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

FAZENDO COCÔ

Demétrio Sena - Magé 

Depois de humilhar publicamente um homem simples, por motivo fútil, perguntando aos gritos se ele sabia com quem estava falando, aquele homem soberbo, influente, famoso e milionário chegou em casa e foi direto ao banheiro. Foi fazer cocô. Como certamente o homem simples fez, pouco antes ou depois, ao chegar em casa ou não. Como todos os homens, mulheres e crianças de todas as classes, culturas, gêneros, etnias, escolaridades, religiões, não religiões e tendências politicopartidárias fazem cocô. E todos fedem.

Penso muito sobre a soberba humana. Sobre todas as trajetórias, notórias ou não, bem sucedidas ou não, que acabam roídas, nos devidos corpos, pelos mesmos vermes que todos os mortais. E que durante a vida urinam, escarram, fazem cocô, vomitam, arrotam. Muita gente simples se deixa oprimir pelos soberbos, porque acha que eles, em razão de seus status, merecem ser opressores. Pensando assim se cala, quando alguém lhe pergunta, e sempre aos gritos, se "por acaso sabe com quem está falando".

Pois eu, sei. Faz muito tempo que eu sei "com quem estou falando", não importa com quem fale: estou falando com alguém que daqui a pouco estará sentado, provavelmente gemendo, num vaso sanitário... fazendo cocô. 

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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

VAZIO

Demétrio Sena - Magé 

Meu cansaço não conta rodagens do corpo;
a vertigem dos braços, a pressa dos pés 
nem o quanto, até dez, conto vezes infindas
ou de quantos cansaços meu cansaço é feito...
Na verdade não somo incontáveis esforços;
os meus nervos não tremem de vastos fazeres,
tenho até meus prazeres discretos e rasos,
que me fazem sentir um apego por algo...
Há um peso na alma, que ataca na carne;
uma carga dos anos que não são nem tantos,
mas arrastam encantos rachados de secos...
Um cansaço invasor; que disfarça que jaz,
mas cansou do cansaço que jamais senti;
ah, que falta me faz o que me faça falta!
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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

CONVERSÊ BÍBRICO

Demétrio Sena - Magé 


Na longa fila do banco, a conversa entre dois idosos evangélicos, aparentemente conhecidos um do outro, estava bem animada:

- Paz do sinhô, irmão! Faz tempo que nóis não se vê!

- A paz, irmã! Sube que a sinhora tá com netinho novo! É home, né?

- isso, irmão! É um varão abençoado!

- Qual é o nome dele, irmã? 

- É bíbrico, irmão; quero vê se o sinhô adivinha!

- Hum... é Jusé? Sadraque? Abidinego?

- Não. Vô dá só uma dica. É o nome da pessoa que botô os animá na arca de Noé!

- Aí a sinhora já disse! O nome dele é Noé! 

- Noé? Não, irmão! O nome dele é Abraão! Foi Abraão quem botô os animá na arca!

- Não, irmã; foi o Noé mermo; ajudado pela famía!

- Nada disso! Eu sô professora da escola dominicá! Sei o que tô dizeno!

- Irmã, me adescurpe; mas acho que a sinhora tá inganada...

Foi, não foi; não foi, foi; parecia o poema OS SAPOS, de Manuel Bandeira. O diálogo foi esquentando, com ambos querendo saber mais que o outro, até que um senhorzinho franzino, enfiado em um terno laranja e com cara de veterano em assuntos "bíbrico" resolveu entrar na questão.

- Os sinhores me adescurpe; mas os dois tão errado. Não foi Abraão nem Noé quem botô os bicho na arca.

- Uai; mas entonce quem foi, se não foi nenhum deles? - Perguntou a mulher, com ares de muita indignação.

- É, eu tomém quero sabê; proque agora fiquei na dúvida. - Desafiou o outro.

- Foi Pilatos, meus irmão na fé... ocês tomém são invangélico, num são?

- Somo sim. Somo - Respondeu a mulher -; mas fala, irmão. Eu nunca sube dessa; que foi Pilatos quem botô os bicho lá.

- Eu tomém não; mas o senhô tem arguma prova? Prova mermo? Bíbrica? 

- Os dois pense comigo: quem a Bíbria disse que lavô as mão? Num foi Pilatos?

- É; isso foi, mas... - A mulher tentou questionar.

- Pois entonce, meus irmão! Se Pilatos lavô as mão, foi proque as mão ficô tudo suja, de tanto animá que pegô!

- Agora o sinhô pegô nóis.
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terça-feira, 27 de agosto de 2024

PRA REVIVER

Demétrio Sena - Magé 


Desta vez entendi que o que sinto é tão só;

tantos anos perdida no seu faz de conta,

que minha'lma ficou embevecida e tonta 

por um laço que a mágoa transformou em nó...


De repente o castelo ao vento se desmonta,

como todos os sonhos se tornaram pó;

minha voz perde as notas, o que tenho é dó,

mas nem é musical; a música me afronta...


Sairei desta sombra, porque sempre o fiz;

tantos tombos na vida me deram destreza 

pra seguir outra vez e tentar ser feliz...


Entre todos os meios de chegar ao fim,

decidi que não vou me render à tristeza

por alguém que brincava de gostar de mim...

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quarta-feira, 21 de agosto de 2024

ENTRE TRILHAS E CALÇADAS

Colega de trabalho (arte-educadora/animadora cultural e fotógrafa), Mirna me deu a honra de apresentar seu trabalho Fotográfico em um texto que fluiu naturalmente, porque foi fácil falar do seu talento. Ela fará uma exposição, com vernissage no dia 7 de setembro, no MAMY (Museu Mariângela Yanase), e você está convidado a estar lá, tanto na estreia quanto nos dias em que a exposição durar. Detalhes no cartaz.