Demétrio Sena - Magé
Depois de humilhar publicamente um homem simples, por motivo fútil, perguntando aos gritos se ele sabia com quem estava falando, aquele homem soberbo, influente, famoso e milionário chegou em casa e foi direto ao banheiro. Foi fazer cocô. Como certamente o homem simples fez, pouco antes ou depois, ao chegar em casa ou não. Como todos os homens, mulheres e crianças de todas as classes, culturas, gêneros, etnias, escolaridades, religiões, não religiões e tendências politicopartidárias fazem cocô. E todos fedem.
Penso muito sobre a soberba humana. Sobre todas as trajetórias, notórias ou não, bem sucedidas ou não, que acabam roídas, nos devidos corpos, pelos mesmos vermes que todos os mortais. E que durante a vida urinam, escarram, fazem cocô, vomitam, arrotam. Muita gente simples se deixa oprimir pelos soberbos, porque acha que eles, em razão de seus status, merecem ser opressores. Pensando assim se cala, quando alguém lhe pergunta, e sempre aos gritos, se "por acaso sabe com quem está falando".
Pois eu, sei. Faz muito tempo que eu sei "com quem estou falando", não importa com quem fale: estou falando com alguém que daqui a pouco estará sentado, provavelmente gemendo, num vaso sanitário... fazendo cocô.
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Respeite autorias. É lei
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