domingo, 29 de dezembro de 2024
sábado, 28 de dezembro de 2024
quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
PELO QUE SOU
Demétrio Sena - Magé
Os disparos maciços dessas mensagens natalinas e de ano findo, que muitas vezes nos atingem (afinal são maciços), não desmancham possíveis anos inteiros de frieza, indiferença, separatismo, julgamento e preconceito. Especialmente se tudo isso é causado pela religiosidade predominante no país, que, da boca para fora prega o amor incondicional, como deveria mesmo ser. O livro sagrado que, supostamente rege tais fiéis, é utilizado apenas nos fragmentos de textos que lhes dão destaque tão favorável quanto fácil.
Asseguro que as mensagens pessoais diretas, os estilhaços dos disparos maciços e declarações ou gestos pessoais dos que me tratam com afeto sincero, de janeiro a janeiro, recebo com carinho e gratidão. Não pelo momento específico, mas pela convivência diária ou pontual que me mostra quem é quem, não importa o dia de qual mês. Sobre meus silêncios e o recolhimento em fim de ano - quando posso -, peço a todos que me perdoem pelo agora; pelo que não estou... e continuem me aceitando pelo sempre... pelo que sou.
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Respeite autorias. É lei
terça-feira, 24 de dezembro de 2024
domingo, 22 de dezembro de 2024
sábado, 21 de dezembro de 2024
quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
terça-feira, 17 de dezembro de 2024
segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
sábado, 14 de dezembro de 2024
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
AS TRAJETÓRIAS DO ESTUPRO
Demétrio Sena - Magé
Em minha infância, o estupro era tolerado pelas leis do país. Pela sociedade machista em que vivemos, era e continua sendo visto com certa normalidade. Deixemos os estupradores mais temidos, os que arrebatam as vítimas, agarram pela força bruta e direta e falemos de outros. Aqueles cujo perigo tem uma capa de confiabilidade. Estupradores que se julgam homens de bem e cometem o crime com auras de consenso (armadilhas de ambientações e gentilezas que anulam os previsíveis nãos; embriaguez proposital do alvo e recusa da resposta negativa, com ameaças veladas a quem, supostamente, fez pensar que cederia na hora crucial).
Uma mulher que, por exemplo, compra o discurso de um homem que lhe cobra disfarçadamente por um investimento que tenha feito com camufladas intenções sexuais, é estuprada por constrangimento... ou por medo de não ceder, quando já se percebe em uma situação de perigo. O pior cenário de um estupro a caminho é justamente o mais elaborado; com maiores requintes e gentilezas; com maior aparato de atitudes mansas e acúmulo de supostas razões para que a futura vítima lhe seja grata e se veja em um beco sem saída.
E nada impede que os "estupradores bonzinhos" se tornem altamente agressivos, na hora do "quase". Para eles, machistas que são, é um "desaforo" serem recusados sexualmente, naquele momento em que já tinham como certo o fechamento de seu projeto com a "caça". O brio ferido de um estuprador em potencial é capaz de cegá-lo. Muitas vezes nem ele sabe que é uma pessoa tão truculenta e perigosa, até o momento em que age dessa forma.
Depois de tanto empenho para cumprir o intento, e com tamanha tensão que lhe tira o tino... tudo isto somado ao caráter oculto, que é mau, não raramente um homem que assim procede comete, além do estupro, desatino maior, para se livrar das consequências. Se as potenciais pré-vítimas, em tempo hábil, conscientes do país em que vivem, fossem mais observadoras com os homens, especialmente os com excesso de gentileza e tentativas, mesmo diante das recusas, haveria bem menos estupros, truculentos ou não... e bem menos feminicídios. Sim. Feminicídios. Mulheres são assassinadas por esses "perfeitos cavalheiros", porque são mulheres.
A motivação deste texto é o dia a dia das mulheres brasileiras que ousam ter o direito de ir e vir, nos espaços que são de todo mundo, mas que o machismo demarca como seu território e por isso trata essas mulheres como estupráveis. Os que não "agarram", criam todas as formas de conduzir suas presas a um sim que não seria sim, se não fosse o aparato de chantagens em série. Ou se não fosse alguma armadilha sorrateira.
Orientemos nossas alunas e alunos vulneráveis. Nossas filhas e filhos vulneráveis. Crianças, adolescente e jovens sem experiência para entender profundamente as intenções ocultas de muitos. Professores, pais, amigos experientes (os de boa fé), vamos orientar na observação do mundo e dos homens que cercam seus alvos como hienas que sondam caças em busca do melhor momento para o abate.
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Respeite autorias. É lei