sexta-feira, 9 de março de 2012

A MÍDIA COMO CONVENIÊNCIA DOS ASTROS


É trabalho da imprensa cavar notícias. Não esperar que elas "caiam do céu", quando as estrelas de qualquer evento, setor ou realidade querem manipulá-la. Sempre que essas estrelas são alvos  de notícias elogiosas, reconhecem que a imprensa fez o seu trabalho. Porém, quando fazem algo menos louvável ou simplesmente não querem mostrar os rostos, dizem que a descoberta - fruto da eficiência investigativa do profissional - é invasão de privacidade.
Todos gostam da mídia quando precisam dela, usando-a despudoradamente para divulgar seu fatos, flatos, arrotos e besteiróis. Quando é a mídia que precisa desses mesmos todos, não eles dela, ganha rótulos pejorativos. Leva portadas e descomposturas. É processada e tida como criminosa. Na verdade, se um ou outro repórter atinge um estágio em que mereça repreensão, ou represália legal, não é a mídia. É apenas um ou outro repórter que se desvirtuou, como fazem outros profissionais - alguns virando notícias não muito ou nada honrosas.
Não é somente a imprensa que invade privacidades para fazer seu trabalho. A justiça também invade. Invade-as o matamosquito, o recenseador, o fiscal do IPTU entre tantos outros profissionais e instituições. Eles precisam trabalhar e têm que ser respeitados em suas atribuições, desde que ajam dentro da ética e da lei, mesmo inseridos nestas características.
Pode-se exigir da imprensa esses princípios de ética; esse cumprimento da lei. Se mais do que a privacidade, o repórter invade o domicílio; se mais do que fato, noticia calúnia;se ao invés da denúncia, publica ofensa pessoal, aí sim: Ele fere artigos, códigos e princípios, fazendo jus a punição legal. Cabe à vítima confiar na justiça e contar com  ela para que não haja impunidade. Vinganças pessoais e animosidade pública só acabam em muito mais constrangimento e desgaste.
Resta informar aos astros e estrelas que só gostam de ser assediados quando lhes convém, que muito mais triste do que a invasão de privacidade que os mantém no topo, é o esquecimento completo. A mídia que os alavanca é a mesma que os anula quando lhes viram as costas. Para quem vive do reconhecimento da opinião pública, acabar no colo do esquecimento é doloroso.
De qualquer modo, quem se acha muito invadido por ser pessoa pública e fazer coisas públicas passíveis de notícia, pode abrir mão do ofício que lhe dá fama e viver sem os conflitos e as alegrias do que faz. Como nada é perfeito e não se pode obter tudo, nenhuma profissão terá somente momentos gratos. Os espinhos e percalços estão por aí, desafiando essa consciência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário