segunda-feira, 26 de março de 2012

PREGUIÇA

O calango dormita num banho de sol
e nem vê que um besouro caminha bem perto;
lá na frente a coruja observa e boceja;
uma cobra rasteja sem ar de ameaça...
Patos nadam - mais nada - no lago lodoso,
folha seca e miúda faz pouso discreto
apoiada na brisa que a trouxe de longe;
há um boi quase monge mugindo no pasto...
A cigarra improvisa uma trilha sonora,
faz a hora mais lenta, passiva e velada;
meio eterna; suspensa; vazia; profunda...
Gavião plana livre, meus olhos também,
vou além das montanhas miúdas e azuis
pra sonhar que ninguém me acordará daqui...

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