terça-feira, 6 de março de 2012

POEMA AO MOLHO PARDO


Sangro versos pisados tingidos de pus,
tenho peso de cruz nestes ombros arcados
e não sei a que venho nem aonde vou,
muito menos quem sou sob a velha estadia...
Sei que sangro estes versos cobertos de breu,
mal passados no fogo de minhas angústias,
sou a carta marcada na mesa do jogo
autuado em flagrante com voz de prisão...
Descartado e sozinho me deixo sangrar
entre versos anêmicos; pálidos; tristes;
desaguar no vazio de pautas quaisquer...
Vêm do corte profundo nas veias da entranha
estes versos manchados de vida e de mundo,
molho pardo sem sal nem condimento algum...

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