quarta-feira, 14 de março de 2012

TROGLODITAS CONTEMPORÂNEOS


Sou aberto às mudanças naturais que o tempo impõe, quando essas mudanças significam avanços de mentalidade universal. Mas me fecho pras mutações que aceleram tudo, inclusive o tempo, e atropelam a ordem natural do mundo em nome de um avanço que vandaliza e mata este mundo.
Progresso não tem que antagonizar com a vida. Ambos podem sustentar um ao outro, se deixarmos de ser insustentáveis, celerados e acelerados em nossa ânsia de poder absoluto. A imensa burrice da infinita inteligência humana mora no egoísmo da espécie que se decidiu autossuficiente. Queremos tudo pra nós, como se o todo não dependesse da flora, da fauna, da água e do ar. Sei que estas linhas são quase impublicáveis, piegas que são (pelo quanto soam surradas), mas estas obviedades nunca foram compreendidas pelo nosso instinto assassino de sobrevivência.
Ainda somos os trogloditas que disputam caças com feras e acumulam seus resultados na solidão de suas cavernas, onde maior parte vira carniça. "Nem nós, nem elas", é a nossa filosofia. E como o nosso poder é infinitamente superior ao das outras feras, que também são nossas caças, destruimos tudo ao redor.
Caçamos muito além do que comemos. Matamos o que não se come. Substituimos sem critério o quanto vive e faz viver,  pelo que mata e não tem vida para repor. Se não aprendermos a "dirigir", lançaremos a terra num buraco sem fundo... e sem volta.

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