Somos nossos opróbrios; os próprios carrascos;
ninguém pôs estas cordas em nossas gargantas;
eles trotam sem rédeas porque damos cascos,
acobertam seus crimes porque damos mantas...
Nós plantamos a selva e criamos as antas,
mas é nossa carcaça que vira churrasco
quando nossos castelos discordam das plantas
e desabam dos sonhos expondo o fiasco...
Porém eles não caem do seu carnaval;
fazem farra infinita e lhes damos aval;
ensaiamos protestos, mas nos falta voz...
Todos eles estão onde um dia os pusemos,
têm os lemes, guidãos, os volantes e remos;
levam cheques em branco assinados por nós...
Nenhum comentário:
Postar um comentário