Demétrio Sena, Magé – RJ.
Você não é mais o centro de minha vida. Faz tempo que o
coração decidiu bater sozinho; sem o marca passo da saudade. Quem já foi o
começo e o fim, agora é só meio termo de lembranças vagas que o tempo
estabiliza na sombra do passado.
Alcancei o sentido que a vida faz depois de um antes que o
durante não qualificou para ser eterno. Alguém que só foi algo, apesar de tudo,
e desaguou no abismo das ilusões vencidas não é nada que mereça lamentos,
nostalgia nem visitas memoriais.
Fui seu detento afetivo. Você me prendeu em mim. Vinha
quando queria, e com rações de prazer, me deixava esperando mais. Dava sempre
menos e me fazia crer no demérito e na injustiça de quando reclamei o que devia
ser meu, em troca de minha entrega.
Já não faço queixas desse tempo. Faço poesia. Lentamente
aprendi quem sou. Percebi que sou. Vi que a verdade salvadora não está na
dependência do amor que vem ou vai, mas na certeza do amor que me habita...
profundo e visceral.
Retirei-a do meu mundo. Minha existência. Minha veia. Meu
coração e minh´alma. Descobri afinal, que tenho asas, e por ser um aluno
exemplar dos contrastes da vida, me livrei aqui dentro. Prendi você aí fora.
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