Demétrio Sena, Magé – RJ.
Depois da breve apresentação de
um amigo ilusionista em sua festa de aniversário, a socialite preencheu um
cheque para efetuar o justo pagamento, e foi amigavelmente censurada pelo
amigo:
- Deixe disso, criatura! Não vou
lhe cobrar nada!
- Ah, vai! Não o chamei aqui para
trabalhar de graça!
- Que de graça que nada; somos
amigos; amigos não pagam amigos.
- Amigos não exploram amigos.
Tome aqui seu pagamento e não se fala mais nisso.
- Vai me desculpar, querida; mas
será que nem uma vez você pode me tratar como pessoa, e não como produto?
A doce queda-de-braço entre os
amigos levou horas. Ela, porque achava justo valorizar economicamente o
trabalho dele. Ele, porque não queria, pelo menos naquele momento, ser tratado
como produto.
Formidável contrariedade, a
daquele artista. Ser valorizado em sua arte, por alguém bem próximo é uma
raridade. Foi convencionado que os profetas não têm valor nas terras onde
vivem; não fazem sucesso entre os seus.
Ademais, no exato momento em que
o felizardo se queixava de ser tratado como produto, e não respeitado como
pessoa, milhões de artistas de todas as áreas mundo afora, lamentam porque são
tratados como pessoas, e não respeitados como produtos.
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