Demétrio Sena, Magé – RJ.
Às vezes, confiamos tanto em
determinadas pessoas, e Por isso as tratamos com tanta entrega, tamanho
desprendimento, e desarmados a tal ponto, que tais pessoas desconfiam de nossa
entrega, nosso desprendimento e nossas armas ao chão. Desconfiam de nossa confiança
irrestrita, os afetos que julgamos haver conquistado com a devida e suposta
profundidade.
Agindo assim, somos tão inusitados
nessa rendição de corpo e alma, que as pessoas de quem mais gostamos;
habituadas ao fingimento, à má fé e às intenções escusas do outro, acabam
sempre achando que “aí também é demais”. Que as boas intenções são sisudas. A moralidade
usa uniforme. Só é de confiança o cidadão recatado e devoto; que tem sempre um
discurso politicamente correto, religioso, cívico e de condenação a “certas
liberdades da sociedade moderna”.
Mas não desistamos do ser humano.
Podemos até desistir de algumas pessoas, mas devemos nos embrenhar na procura
de outras, até acharmos alguém que nos leia corretamente. Que não nos distorça
nas entrelinhas nem tenham temor da coragem que temos de ser quem somos. Quem
abrace a nossa confiança e se desarme ao nos ver livres de armas, escudos e
soslaios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário