Demétrio Sena - Magé
Peço, por caridade, que não inventem mais nada de amor para comer. O amor encarece muito as coisas. O preço da maçã, nas épocas de festas tradicionais vai às alturas. O morango, justo ele que demoramos tanto a tornar uma fruta comum nas mesas de lares simples, também está ficando inacessível, porque virou do amor. Mesmo lá no supermercado, na feira ou no hortifruti, antes do caramelo e da anilina, já está caríssimo. Nas festas, então, dentro do seu traje a caráter, pior ainda. Tudo culpa do amor, que o tornou fatal, tanto aos olhos quanto ao nosso bolso.
Ainda bem que a uva do amor não fez tanto sucesso. Já é naturalmente cara, mas ficou em seu caro habitual. Sua cotação teria explodido, se como fruta sazonal do amor tivesse despertado as ambições salivares ou estomacais, como tem sido com o morango. Imagine o kiwi do amor! Já pensou na castanha, nas nozes, avelãs do amor, em fim de ano? E naquelas frutas cristalizadas? Nem quero pensar nelas com o tarifaço extra do caramelo vermelho. Vestidas para matar! Não. Chega de amor. O amor está muito caro na mesa e nem é tão bom quanto o amor na cama.
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Respeite autorias. É lei