quarta-feira, 31 de outubro de 2012

E O PEIXE NADA


A peixa sonha... Sonha e sonha. Sempre foi apaixonada pelo peixe. Paquera o peixe, faz tempo. Quer tê-lo envolto nas suas águas. Acolhê-lo em suas nadadeiras.
Mas, triste sina. Destino insano. A peixa vive as mágoas da solidão, no seu desejo de ser amada. Na sua esperança de ser feliz com o peixe até que a rede, quem sabe o anzol, talvez a tarrafa os separe.
Não importa. Seja como for, ela espera. É que a peixa sabe amar, mesmo não sendo correspondida. E amada ou não, é desse amor que ela vive.
Lá vai a peixa, tristonha... No campo aquático dos afetos, ela divaga... Quer dividir seu sentimento. Mais do que dividir, quer dar o melhor do que sente. Por isto sonha, espera, expõe, demonstra e quer.
Amar enquanto há mar: Eis a grande missão da peixa. Ela doa, o peixe desdenha. Chama, o peixe não ouve. Insinua, o peixe nem olha.
Enquanto a peixa se dobra de apaixonada, o peixe nem se condói. O peixe nada.

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